Ontem, da muito antecipada cimeira entre Obama, democratas e republicanos do Congresso sobre a reforma do serviço de saúde americano, não saíram, como era esperado, resultados práticos. Parece cada vez mais provável que uma eventual ponte de entendimento entre os dois partidos esteja, já, fora de alcance.
Em sete longas horas, os dois lados esgrimiram os argumentos já conhecidos, mas aqueles que ainda tinham algumas esperanças em ver surgir um acordo ou qualquer espécie de entendimento entre as duas facções, saíram deste evento desiludidos. Barack Obama ainda afirmou que esperará semanas, se assim for necessário, por uma proposta por parte do GOP que permita a negociação, mas é duvidoso que isso venha a suceder.
No evento de ontem, ao contrário do que tinha acontecido há umas semanas no encontro com os republicanos da Câmara dos Representantes, Obama não conseguiu dominar a discussão, nem saiu como grande vencedor neste confronto com os republicanos. Desta vez, os republicanos fizeram os trabalhos de casa e, até pela disposição dos lugares e pela estrutura da reunião, impediram que Obama os reduzisse, praticamente, à insignificância, como sucedeu no encontro anterior.
Em resumo, esta confrontação resultou, essencialmente, num empate entre as duas forças políticas. É certo que Obama e alguns democratas conseguiram boas intervenções, mas o principal objectivo dos liberais, que seria o de conseguir catalogar os republicanos como bloqueadores, pouco razoáveis e incapazes de serem construtivos, parece não ter sido atingido. Isto porque os representantes do GOP, apesar de continuarem a recusar qualquer tipo de acordo ou aproximação com os democratas, conseguiram uma prestação disciplinada e coerente.
Mas, apesar das aparências de cordialidade e responsabilidade dos responsáveis republicanos,a verdade é que o GOP apresenta uma posição irredutível, que passa pelo recomeço de todo o processo e o desperdício de tudo o que foi conseguido até agora. A proposta republicana que foi ontem apresentada apenas cobriria 3 milhões de cidadãos actualmente sem seguro, o que representa apenas uma décima parte dos 30 milhões que seriam abrangidos pelo plano democrata. Ora, isto não me parece uma posição razoável.
Desta forma, parece claro que será impossível qualquer tipo de pacto bipartidário nesta matéria tão importante, o que deixa ao Presidente e aos Democratas apenas uma saída possível para a aprovação desta reforma tão importante: o método de Reconciliação.
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