quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Thanksgiving Day

Comemora-se hoje aquele que é, porventura, o mais tradicional dos feriados norte-americanos, o Thanksgiving Day. Um pouco por todos os Estados Unidos, as famílias reunem-se à mesa para comer o tão característico perú. Em Portugal, o Dia de Acção de Graças tem ainda pouca expressão, mas, com massificação da cultura norte-americana que nos chega através de filmes, séries televisivas e livros, o dia já não passa despercebido. Por isso, Happy Thanksgiving Day!

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

50 anos da morte de Kennedy

Assinala-se hoje o 50º aniversário do assassinato do 35º Presidente dos Estados Unidos. A 22 de Novembro de 1963, John Fitzgerald Kennedy foi morto a tiro em plena luz do dia, na cidade de Dallas, no Texas. Esse dia ficou marcado no imaginário de todo o mundo e terá tido o impacto que o 11 de Setembro teria muitos anos depois.
Após a sua morte, o mais novo Presidente norte-americano de sempre tornou-se um ícone mundial e, apesar de não ter estado sequer três anos na Casa Branca, é um dos líderes dos Estados Unidos mais admirados de todos os tempos, tanto interna como externamente. De grande promessa política, JFK tornou-se numa verdadeira lenda. O facto de, 50 anos depois, ainda se discutir o seu assassinato e existirem diversas teorias de conspiração, é prova disso mesmo.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

O ano horribilis de Obama

Há pouco mais de um ano, quando Barack Obama foi reeleito para a Casa Branca com um resultado relativamente folgado e de uma forma bem mais fácil do que se julgava antes da noite eleitoral, o Presidente dos Estados Unidos parecia estar em velocidade de cruzeiro rumo a um mandato tranquilo e rico em vitórias legislativas.
Contudo, hoje, tudo é diferente e Obama vive um dos seus piores momentos desde que, em 20 de Janeiro de 2009, chegou à Sala Oval. Curiosamente, esse mau momento tem origem naquela que foi, até à data, a sua maior conquista enquanto Presidente. A polémica reforma da saúde norte-americana, que marcou o primeiro mandato de Obama, começa agora a ser implementada, mas com notórios e importantes sobressaltos que minam a imagem do Presidente e da Administração que fizeram da reforma mais conhecida como Obamacare a sua grande bandeira política.
Em primeiro lugar, foram os problemas com o site onde os cidadãos se deveriam inscrever para conseguir os novos seguros de saúde ao abrigo do Obamacare. Informação errónea e contraditória, incapacidade para responder à elevada procura e candidaturas realizadas de forma indevida foram algumas das acusações que foram feitas ao healthcare.gov. A onda de protestos foi de tal ordem que chegou a estar em causa o cargo de Katheleen Sebelius, a Secretária da Saúde e dos Serviços Humanos da Administração Obama. 
Depois, as críticas subiram de tom com a revelação de que alguns norte-americanos não estavam a conseguir manter o seu seguro de saúde, ao contrário da anterior promessa de Obama que havia garantido que qualquer cidadão que gostasse do seu seguro o poderia manter quando aderisse ao Obamacare. Com o momentum negativo a avolumar-se, o Presidente foi obrigado a vir a público para pedir desculpa aos norte-americanos pela verdadeira trapalhada que representou o início da implementação da reforma e prometeu empenhar-se ao máximo para resolver os problemas detectados.
Todavia, o mal estava feito e a reforma da saúde, já polémica e polarizadora, viu a sua imagem ficar ainda mais denegrida aos olhos da opinião pública. Consequentemente, também Obama sentiu na pele os efeitos desta crise e os seus números desceram a pique nas sondagens. Segundo a Gallup, 53% dos norte-americanos desaprovam o trabalho do Presidente, contra os apenas 41% que têm uma opinião favorável. Ora, estes números são, imagine-se, semlhantes aos de George W. Bush na mesma altura do seu mandato.
Obama está, portanto, em muitos maus lençóis e esta crise ameaça paralizar seriamente a Casa Branca e compromete a capacidade política do Presidente. Obviamente, é ainda muito cedo para afirmarmos que o segundo mandato de Barack Obama está comprometido e é ainda mais prematuro caracterizarmos a sua presidência como falhada. Contudo, o 44º Presidente norte-americano precisa urgentemente de reagir e inverter a situação, porque, com os ciclos políticos e eleitorais a serem cada vez mais curtos, o rótulo de lame duck ameaça colar-se a Obama de forma irreversível.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

A mini noite eleitoral de 2013

A primeira Terça-feira de Novembro é, nos Estados Unidos, o dia tradicional para a realização de eleições. Apesar de estarmos num ano ímpar, não havendo, por isso, eleições presidenciais e/ou legislativas, decorreram, ontem, três actos eleitorais relevantes para a realidade política nacional norte-americana com os eleitores da Virginia e de New Jersey a escolherem os governos estaduais e os da cidade de New York a deslocarem-se às urnas para indicarem um novo Mayor.
A eleição no Estado da Virginia era, porventura, a corrida mais importante, por ser, à partida, a mais equilibrada e onde os dois partidos iriam apostar forte. Contudo, nas últimas semanas, o candidato democrata, Terry McAuliffe, descolou nas sondagens para uma vantagem confortável sobre o seu adversário, o republicano Ken Cuccinelli. Assim, esperava-se que, na noite eleitoral, McAuliffe alcancasse uma vitória tranquila, com uma margem de vitória na ordem dos dois dígitos. Conhecidos os resultados, verificou-se, porém, uma curtíssima margem de vitória para o candidato democrata, que derrotou Cuccinelli por menos de três pontos percentuais.
Trata-se de um resultado normal para a Vírgina, um Estado muito equilibrado politicamente nos dias de hoje, mas que surpreendeu por ir contra o momentum democrata que as sondagens vinham mostrando. Terry McAuliffe cedo ganhou vantagem devido à grande superioridade financeira com que contava (e que se acentuou pela posterior desistência do GOP nacional face aos maus resultados de Cuccinelli nas sondagens) e pelos danos que o shutdown casou à candidatura republicana. Mas, nos últimos dias, Ken Cuccinelli conseguiu recuperar algum terreno perdido, recorrendo ao ataque sistemático à reforma do sistema de saúde conhecido como Obamacare. Num Estado onde a maioria da população se opõe à reforma, o seu discurso colheu frutos e terá impedido McAuliffe de vencer por um landslide. Não obstante a curta margem de vitória, o triunfo democrata neste Estado mostra, uma vez mais, que a Virginia está, cada vez mais, a fugir do controlo republicano.
Em New Jersey não houve surpresas e o Governador Chris Christie venceu folgadamente com 60% dos votos. O resultado desta corrida era previsível e a candidata democrata, a senadora estadual Barbara Buono, nunca teve reais hipóteses de vitória, já que o Partido Democrata nunca mostrou ter intenção de disputar a eleição no Garden State. Com este triunfo, Christie passa a ser um dos principais (se não o principal) favoritos à nomeação presidencial republicana em 2016. A confirmar-se esse cenário, Chris Christie nem deverá cumprir na totalidade o mandato para o qual foi eleito na noite de ontem pela maioria dos seus constituintes.
Do outro lado do rio Hudson, em New York City, o candidato democrata, Bill de Blasio, derrotou o republicano Joe Lhota por números esclarecedores: 73,3% contra 24,,3% dos votos. Com este resultado, os democratas voltam a controlar a City Hall de New York, algo que não acontecia há 20 anos. Depois do republicano Rudy Giuliani e do independente Michael Bloomberg, ambos com uma estreita ligação ao mundo dos negócios, os cidadãos da Big Apple decidiram mudar de rumo e escolheram o perfeito desconhecido de Blasio para comandar os destinos da cidade. Com uma agenda muito liberal e progressista, o democrata terá uma árdua tarefa pela frente, já que terá de continuar o bom trabalho dos seus antecessores, no que diz respeito ao combate ao crime e à melhoria das condições de vida, ao mesmo tempo que baixa o custo de vida na cidade, tema que marcou a campanha eleitoral.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

A inevitabilidade de Hillary Clinton

Estamos ainda a três anos das próximas eleições presidenciais norte-americanas, que terão lugar no dia 8 de Novembro de 2016. Contudo, parece que os ciclos eleitorais começam cada vez mais cedo e a sucessão de Barack Obama já dá que falar, independentemente da grande distância a que nos encontramos da eleição que se adivinha muito interessante.
Inevitavelmente, o primeiro nome que vem à baila quando se discutem as eleições de 2016 é o de Hillary Clinton. Hoje, a antiga Primeira-Dama, Senadora e Secretária de Estado é, sem margem para dúvidas, a preferida entre os democratas para concorrer à Casa Branca. E é fácil de perceber porquê: com uma capacidade financeira invejável, Hillary tem um currículo que fala por si e não há ninguém, em qualquer dos lados (nem Joe Biden), com tão vasta experiência política. Com um reconhecimento nacional praticamente nos 100% e com a sua popularidade em máximos de sempre, a esposa de Bill Clinton é a clara favorita para conseguir a nomeação democrata.
Cientes de que Hillary é a sua melhor candidata para manterem a Casa Branca, os democratas têm feito um forte lobby para assegurar que a antiga Senadora de Nova Iorque entra mesmo na corrida. Senão vejamos: muitas figuras de peso do partido têm clamado por Hillary Clinton (Charles Schumer foi a última voz a levantar-se a seu favor); existe até uma petição a pedir a sua candidatura presidencial e, na semana passada, soube-se de uma carta secreta em que as senadoras democratas terão alegadamente encorajado Hillary a concorrer.
Apesar do actual tom consensual à volta de Hillary Clinton, é preciso não esquecer que, num passado não muito distante, a ex-Primeira-Dama era uma das figuras mais polarizantes da política norte-americana. Mesmo durante as primárias de 2008, Hillary, apesar de favorita, tinha um elevado índice de opiniões negativas sobre si. Só mais tarde, com a sua actuação na liderança da diplomacia dos Estados Unidos, é que a sua imagem se suavizou e alcançou números bem mais positivos. Ainda assim, é previsível que, quando (e se) entrar na corrida, o regresso à política partidária e os ataques da campanha terão efeitos negativos na sua imagem. Além disso, o estado de saúde da antiga Secretária de Estado levanta algumas preocupações, o que, aliado à sua idade (terá 69 anos em 2016), pode prejudicar as suas hipóteses numa longa e desgastante campanha. Finalmente, pode ainda sofrer o problema de carregar o nome Clinton, o que, não obstante a popularidade do seu marido, pode levar os eleitores norte-americanos a temerem uma nova dinastia política, depois das poucas saudades que deixaram os dois presidentes da família Bush.
Mas, pesados os prós e os contras, Hillary Clinton tem nas próximas eleições uma excelente oportunidade para se tornar a primeira Presidente dos Estados Unidos. E, ao que tudo indica, irá mesmo tentar chegar à Casa Branca, a julgar pela sua marcada presença no circuito de palestras norte-americano, onde vai ensaiando a mensagem a utilizar numa eventual campanha. A confirmar-se a sua candidatura, a vitória de Hillary é possível e até provável. Todavia, é melhor não afirmarmos que é inevitável, porque já se sabe como isso resultou em 2008.