segunda-feira, 26 de maio de 2014

Obama mexe na sua Administração, a pensar no presente e no futuro

Quando a primeira metade do segundo e último mandato de Barack Obama na Casa Branca se aproxima do fim, continua a dança de cadeiras na sua Administração. Nos últimos dias, merece destaque a mudança de Shaun Donovan, até agora director do Department of Housing and Urban Development, para ocupar o cargo de director do Office of Management and Budget, posto que (ainda) é ocupado por Sylvia Mathews Burwell, que por sua vez irá liderar o Department of Health and Human Services. 
A escolha de Shaun Donovan para este influente cargo, com importantes responsabilidades no orçamento federal, não era das mais óbvias. Contudo, na base da decisão de Obama terá estado o sucesso de Donovan em tomar acções por via de decisões executivas, deixando as medidas legislativas para segundo plano. Ora, esse é precisamente o caminho que o Presidente dos Estados Unidos procura tomar nos últimos anos à frente dos destinos da nação norte-americana, ciente que a oposição republicana no Congresso, porventura aumentada com a possível tomada do Senado pelo GOP, não poderá ser ultrapassada. Assim sendo, Obama chama para o seu lado personalidades com experiência de gestão e com provas dadas em acção executiva, como é o caso de Donovan.
Além disso, o cargo deixado em aberto no Department of Housing and Urban Development será preenchido por uma das principais estrelas em ascenção no Partido Democrata, o actual Mayor da cidade texana de San Antonio,Julián Castro. Castro, descendente de mexicanos, ganhou destaque com a Convenção Democrata de 2012, em que realizou o discurso keynote. Agora, com esta nomeação para a Administração, o ainda Mayor ganha mais notoriedade e bagagem política, que podem revelar-se mais-valias para eventuais voos mais altos. 
Voos esses que podem chegar mais cedo do que se pensa. Apesar de uma candidatura presidencial em 2016 estar praticamente fora de hipótese, Julián Castro seria, a meu ver, um excelente candidato à vice-presidência, especialmente se, como se espera, a nomeada presidencial democrata se chamar Hillary Clinton. Um ticket Clinton-Castro seria certamente fortíssimo, pois aliaria o eleitorado tradicional dos Clinton (mulheres, afro-americanos e blue collar workers) ao eleitorado hispânico (em que Hillary não deverá ser tão forte quanto Obama), que se sentiria encorajado a votar naquele que seria o primeiro Vice-Presidente hispânico dos Estados Unidos da América.
Com estas mudanças na sua Administração, Barack Obama mata, então, dois coelhos com uma só cajadada: adapta a sua equipa aos desafios que lhe são colocados na parte final da sua estadia na Casa Branca, ao mesmo tempo que coloca potenciais futuras figuras de proa seu partido sob os holofotes mediáticos. 

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Jantar dos Correspondentes da Casa Branca


Foi no passado Sábado o Jantar dos Correspondentes da Casa Branca, um dos eventos mais aguardados e mediáticos da capital norte-americana, Washington D. C. Tradicionalmente, o Presidente é o orador principal e, para não fugir à regra estabelecida para esta ocasião, Barack Obama vestiu a pele de Comedian-in-Chief.