quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Romney bem lançado para a nomeação

A menos de uma semana dos caucuses do Iowa, a corrida parece cada vez mais encaminhada a favor de Mitt Romney. Ontem foi conhecida uma nova sondagem que mostrou Romney e Ron Paul a lutar pela vitória no hawkeye state, com Newt Gingrich, em clara perda, a surgir num já distante terceiro lugar. 
Assim, e salvo alterações de última hora ou uma surpresa na noite eleitoral, é bastante provável que o primeiro momento das primárias presidenciais traga um bom resultado para Romney. Se vencer, ganha logo à partida um importante avanço sobre a concorrência. Mas mesmo um segundo lugar, perdendo para Paul, não deixa de ser um desfecho positivo para o antigo Governador do Massachusetts. Isto porque um triunfo de Paul no Iowa catapultaria-o para o estatuto de principal adversário de Romney, o que ajudaria este último a agregar o grosso dos eleitores republicanos em torno da sua candidatura, já que Ron Paul, com as suas ideias políticas distantes do eleitor republicano comum, é considerado inelegível numa eleição geral.
Mesmo tendo surgido vários adversários a ameaçar a sua posição de principal favorito, a verdade é que Romney foi sempre capaz de se manter à tona, não entrando em pânico e mantendo a sua mensagem. Apesar do mérito de Mitt Romney, é preciso não esquecer que os seus adversários foram os grandes responsáveis pela sua própria implosão. Michelle Bachmann, Rick Perry, Herman Cain, Newt Gingrich falharam principalmente por culpa própria, fosse por incapacidade pessoal, por terem "esqueletos no armário" ou por falta de uma estrutura de campanha à altura de uma corrida presidencial.
Depois desta fase conhecida como primária invisível, Tim Pawlenty deve estar bem arrependido de ter abandonado a sua candidatura presidencial no Verão, depois de se ter ficado por um terceiro lugar na Ames Straw Poll. Por outro lado, também outros nomes que chegaram a ser falados como possíveis candidatos, casos de Mitch Daniels, Haley Barbour ou John Thune, teriam em 2012 excelentes possibilidades de conseguir a nomeação presidencial pelo GOP. Qualquer um deles, mas especialmente Daniels, seria um adversário de peso para Romney (e até para Barack Obama). A sua oportunidade perdeu-se, mas Romney agradece e vai bem lançado para ser o nomeado republicano e defrontar Obama na disputa pela presidência dos Estados Unidos.

domingo, 25 de dezembro de 2011

Mensagem de Natal da família Obama


Como já começa a ser tradição do Máquina Política, aqui fica a mensagem de Natal da first family norte-americana.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Merry Christmas!

O Máquina Política deseja a todos os seus leitores um feliz Natal!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

As primárias republicanas: um balanço natalício

Com o Natal à porta, não há muito tempo para escrever. Todavia, com o início das primárias à porta - os caucuses do Iowa são já dia 3 de Janeiro - a corrida republicana está mais agitada do que nunca. E é precisamente no hawkeye state que se centram as atenções da campanha eleitoral, já que o vencedor da primeira eleição da época de primárias é uma incógnita completa.
Até há uns dias atrás, Newt Gingrich parecia imparável rumo à vitória no Iowa. Contudo, uma cerrada ronda de ataques liderada por Ron Paul prejudicou os seus números nas sondagens, tendo sido ultrapassado pelo congressista do Texas, mas também pelo principal favorito a conseguir a nomeação, Mitt Romney. Só que o feitiço parece ter-se virado para o feiticeiro e agora é Paul que se encontra debaixo de fogo, acusado de comentários racistas, mas não só, como se pode conferir por este artigo do Politico.
Por detrás da chuva de críticas a Paul, o campeão da ala libertária do GOP, podem estar as campanhas dos seus adversários, mas também de alguns sectores do Partido Republicano do Iowa. Isto porque Ron Paul, sendo um candidato de franja, com algumas ideias totalmente opostas às da plataforma política republicana (Paul defende a não intervenção no estrangeiro, a diminuição das forças armadas, o aborto ou a legalização das drogas leves), não tem qualquer hipótese de conseguir a nomeação republicana. Assim, a sua vitória no Iowa tornaria esse Estado praticamente irrelevante no processo de escolha do candidato presidencial do GOP e isso é algo que preocupa os responsáveis republicanos locais que não querem ver a credibilidade dos seus caucuses ameaçada.
Por outro lado, a ascensão de Paul no Iowa, ás custas de Gingrich, beneficia claramente Mitt Romney que não se importaria de ver Ron Paul vencer nesse Estado, anulando assim a possibilidade de um outro candidato viável ganhar momentum e ameaçar o seu estatuto de grande favorito nas primárias seguintes, em New Hampshire. Mais: com os ataques negativos centrados em Paul e em Gingrich, Romney pode, por contraste,  sobressair como o único candidato capaz de derrotar Obama em Novembro do próximo ano. E isso parece já estar a acontecer, com uma recente sondagem a dar-lhe a liderança no Iowa. Ora, com uma vitória no Iowa, seguir-se-ia, quase de certeza, um novo triunfo no New Hampshire. Com essas duas vitórias "no saco", muito dificilmente não seria Romney o nomeado republicano.
De momento, as estrelas parecem estar a alinhar-se de forma a favorecerem Mitt Romney. Porém, dada a natureza incerta de todas as campanhas eleitorais (e esta em particular), o melhor é mesmo esperar para ver o que acontece no dia 3 de Janeiro. Depois dos caucuses do Iowa, certamente que teremos mais certezas. Ou não.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Gingrich em perda

Depois de várias semanas em que Newt Gingrich liderou nas sondagens, novos números  relativos ao Iowa, o primeiro Estado a ir a votos (já de amanhã a duas semanas), dão a entender que a campanha do antigo Speaker pode estar em queda, como aconteceu, antes dele, com Michelle Bachmann, Rick Perry e Herman Cain. 
Segundo uma sondagem da Public Policy Polling, Newt, com apenas 14% dos votos, foi já ultrapassado por Mitt Romney (20%) e por Ron Paul (23%) no hawkeye state. Aliás, o congressista do Texas e herói da ala libertária do Partido Republicano é o grande beneficiado desta nova dinâmica da corrida, surgindo mesmo em boa posição para vencer no Iowa. Nesse caso, o grande beneficiado seria, sem dúvida, Mitt Romney, que evitaria a vitória de um adversário perigoso (Ron Paul não será nunca o nomeado republicano) no Iowa e, com a sua previsível vitória no New Hampshire, ganharia momentum para enfrentar as primárias seguintes na Carolina do Sul e na Florida.
Esta abrupta queda de Gingrich parece indicar que a campanha do georgiano está a sofrer os efeitos de várias rondas de ataques em anúncios televisivos por parte dos seus adversários, principalmente de Ron Paul. No guerra dos tv ads, Gingrich tem sido largamente derrotado pelos seus oponentes, fruto da sua menor capacidade financeira, mas também devido ao facto de a sua campanha ser menos profissional e organizada do que as de Romney e Paul. Além disso, Newt Gingrich demorou muito tempo a focar a sua atenção nos primeiros Estados e isso pode ser-lhe prejudicial no Iowa e no New Hampshire, onde os eleitores são conhecidos pornão votarem em alguém que não conheceram pessoalmente.
Nos próximos dias,haverá a quadra festiva, assim como vários eventos desportivos locais de relevo no Iowa, o que desviará as atenções da campanha eleitoral. Por isso, torna-se mais difícil para Gingrich recuperar deste momento menos positivo da sua campanha. Assim sendo, Mitt Romney volta a ser o grande favorito a obter a nomeação presidencial do GOP. Contudo, em política, duas semanas são uma eternidade e, como esta corrida eleitoral tem demonstrado tão claramente, tudo pode acontecer.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Cartoon: Uma corrida de lebres e tartarugas

Mais um engraçado cartoon do Político, que relaciona a disputa pela nomeação presidencial republicana à fábula da corrida entre a lebre e a tartaruga. De facto, os candidatos (ou aspirantes a candidatos) que começaram em força com a velocidade de lebres, como Donald  Trump, Michelle Bachmann, Rick Perry e Herman Cain, foram vendo as suas hipóteses eleitorais desvanecerem-se. Contudo, Mitt Romney, com o ritmo constante de uma tartaruga, foi sobrevivendo às fugazes ultrapassagens que lhe eram feitas, e Newt Gingrich, qual tartaruga que vinda de trás alcança a liderança, parecem bem lançados para derrotar, sem apelo nem agravo, qualquer uma das lebres que participa nesta animada corrida.

domingo, 11 de dezembro de 2011

A aposta de 10 mil dólares que assombrará Romney

Ontem à noite decorreu mais um debate entre os candidatos republicanos (com excepção de John Huntsman) à Casa Branca. A NBC News e o Des Moines Register foram os anfitriões do evento que teve lugar no Iowa, o Estado onde será dado o pontapé de saída da época de primárias, já no próximo dia 3 de Janeiro. 
Para este debate,  o grande ponto de interesse era saber como Newt Gingrich reagiria, agora que lidera as sondagens, e se os seus adversários partiriam para o ataque, nomeadamente Mitt Romney. E Gingrich deu uma excelente resposta,conseguindo uma boa prestação. Mas não foi o único a ter uma noite positiva, já que Michelle Bachmann, Ron Paul, Rick Santorum e Rick Perry também não estiveram nada mal.
Contudo, o grande destaque da noite vai para um passo em falso de Mitt Romney, que até aqui tinha passado incólume nos debates, saindo vencedor da maioria deles. Só que ontem, num momento em que estava a ser acossado por Perry devido ao sistema de saúde que implantou enquanto Governador do Massachusetts, Romney propôs uma aposta de 10 mil dólares ao seu adversário. Pode ter sido uma forma de expressão inocente, mas a verdade é que, numa altura em que os EUA e o mundo atravessam uma crise económica brutal, um candidato presidencial não se pode referir de forma tão leviana em relação a uma quantia que, para a maioria dos eleitores, representa uma pequena fortuna. 
Como não podia deixar de ser, os candidatos republicanos e mesmo os democratas não perdoarão este deslize de Romney e não tardarão a caracterizá-lo como estando afastado da realidade do eleitor comum. Depois de ontem, é provável que Romney aprenda uma lição que Perry também já teve de aprender da pior maneira: nos debates, pouco há a ganhar, mas muito a perder.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Novo blogue sobre política norte-americana

Apesar de já ter o adicionado na minha lista de blogues que, do lado de cá do Atlântico, abordam os meandros políticos dos Estados Unidos da América, ainda não tinha feito referência ao mais recente espaço sobre a política norte-americana escrito em português. Com o intuito de acompanhar a apaixonante corrida à Casa Branca de 2012, o Filipe Ferreira e o Carlos Manuel Castro lançaram o EUA 2012, um blogue que ambos, um democrata e um republicano, mantêm constantemente actualizado. A eles, as minhas boas vindas a este canto da blogosfera, onde se discute a política norte-americana.

Scott Brown com lugar em risco

Elizabeth Warren e Scott Brown
Quando os americanos se dirigirem às urnas, a 6 de Novembro do próximo ano, não votarão apenas para eleger o seu Presidente, decorrendo, em simultâneo, eleições para o Congresso e para cargos estaduais. Contudo, entre essas corridas, as eleições para o Senado são sempre as que geram mais expectativas, fruto da importância e estatuto do cargo de Senador.
No próximo ano, o Partido Democrata terá uma dura tarefa em manter o controlo da câmara alta, já que a larga maioria dos lugares em disputa são ocupados precisamente por democratas e, em algumas dessas corridas, os republicanos são favoritos à vitória. Contudo, o mesmo já não acontece no sentido inverso, e apenas no liberal Massachusetts (e talvez no Arizona), os democratas têm boas perspectivas de "roubar" um assento ao GOP.
No início de 2010, a surpreendente eleição de um conservador (ainda que moderado) naquele que é um dos Estados mais liberais da União provocou enormes ondas de choque por todo o país e assinalou o fim da lua-de-mel entre Obama e os norte-americanos. Com a perda do lugar no Massachusetts, os democratas perderam a maioria à prova de bloqueio no Senado e ficou provada a força do Tea Party, que teve aí a sua primeira grande vitória e demonstração de influência. Mas o Massachusetts continua a ser território democrata e os liberais tencionam derrotar Brown em 2012. Para isso, escolheram uma candidata de peso e uma heroína dos liberais. Elizabeth Warren, antigo docente em Havard e Presidente da Comissão de Supervisão do Congresso é a grande favorita a conseguir a nomeação democrata e será uma grande ameaça para a continuidade de Scott Brown no Senado.
Numa recente sondagem, Warren surge com vantagem sobre Scott Brown, amealhando 49% das intenções de voto, face a 42% do republicano. Porém, não se espere que a derrota de Brown é inevitável, pois o actual Senador já provou a sua capacidade no trilho da campanha e conta com boa imagem junto dos eleitores, tendo um índice de aprovação positivo. Assim, o vencedor é incerto, mas uma coisa é certa: esta disputa no Massachusetts será uma das mais interessantes corridas do próximo ano.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Newt domina em (quase) toda a linha

O início do calendário das primárias aproxima-se rapidamente, estando os caucuses do Iowa marcados para dia 3 de Janeiro. Dessa forma, os resultados das sondagens têm um cada vez maior significado e servem para medir a temperatura da corrida. E, segundo os mais recentes estudos de opinião, Newt Gingrich continua a cativar os eleitores republicanos, conseguindo uma vantagem clara sobre o seu principal adversário, Mitt Romney, nas seguintes sondagens de âmbito nacional:

Economist/YouGov: Gingrich 31%, Romney 15%, Paul 11%, Perry 9%, Santorum 7%, Huntsman 6%, Bachmann 5%
Gallup: Gingrich 36%, Romney 23%, Paul 9%, Perry 6%, Bachman 6%, Santorum 3%, Huntsman 1%

Estes números não deixam margem para dúvidas: Gingrich é, neste momento, o frontrunner da corrida republicana, com Romney a ser relegado para o segundo posto. O libertário Ron Paul continua a ter números interessantes que provam a eficácia da sua campanha, que está a ser bem organizada e que conta com voluntários e seguidores entusiastas. Todos os outros não parecem entrar para as contas, excepto no caso de uma eventual desistência e de uma consequente "movimentação" dos seus (poucos) eleitores para outras candidaturas.
Todavia, no contexto de umas primárias presidenciais americanas, que decorrem num largo período de tempo e com um ou poucos Estados a votarem de cada vez, as sondagens nacionais são bem menos significativas do que os estudos realizados nos primeiros Estados do calendário das primárias. Mas, mesmo assim, analisando os números das sondagens nesses locais, continua a ser Gingrich o grande destaque, já que, segundo a CNN e a Time, o antigo Speaker lidera em três dos quatro primeiros Estados a irem a votos:

Iowa: Gingrich 33%, Romney 20%, Paul 17%, Perry 9%, Bachmann 7%, Santorum 5%, Huntsman 1%
New Hampshire: Romney 35%, Gingrich 26%, Paul 17%, Huntsman 8%, Bachmann 3%, Perry 2%, Santorum 2%
Carolina do Sul: Gingrich 43%, Romney 20%, Perry 8%, Bachmann 6%, Paul 6%, Santorum 4%, Huntsman 1%
 Florida: Gingrich 48%, Romney 25%, Paul 5%, Bachmann 3%, Hunstman 3%, Perry 3%, Santorum 1%

Também aqui os números são inequívocos e demonstram a posição de força actualmente ocupada por Newt Gingrich, que terá sido o grande beneficiário da desistência de Cain e da implosão de Perry. Favorito no Iowa e esmagador no Sul, Newt tem tudo para ganhar um importante ímpeto de vitória nos primeiros Estados que o ajudará a ultrapassar melhor os desafios seguintes. Romney, por sua vez, necessita de aguentar o segundo posto no Iowa e de vencer claramente no New Hampshire, de forma a conseguir minimizar as previsíveis derrotas nos Estados sulistas. 
A disputa pela nomeação republicana é cada vez mais uma corrida a dois, entre Romney e Gingrich, com Ron Paul a intrometer-se apenas nos dois primeiros Estados (Iowa e New Hampshire). Todos os outros, repito, são actualmente quase que irrelevantes no contexto da campanha presidencial. Por agora, New parece levar vantagem, mas, como já viu ao longo desta corrida, Romney não pode ser menosprezado, já que, sendo um candidato seguro, experiente e com grandes recursos financeiros, pode recuperar a liderança a qualquer momento.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Um primeiro olhar sobre o mapa eleitoral de 2012

Como se sabe, as eleições presidenciais nos Estados Unidos são decididas através de um colégio eleitoral, arrecadando o candidato vencedor em cada Estado o número de votos eleitorais que esse Estado atribui (número esse atribuído pelo número de senadores e congressistas que representam esse mesmo Estado no Congresso). Dessa forma, mais que uma disputa nacional, as eleições presidenciais norte-americanas são várias corridas locais e estaduais, com os candidatos a darem o seu melhor para atingir o número mágico de votos eleitorais que permite a vitória final: 270.
270towin é precisamente o nome da minha mais recente aquisição para o iPad - uma aplicação que permite criar e recriar cenários do mapa eleitoral norte-americana. Utilizando esta fantástica ferramenta, começarei a partir de hoje a fazer o ponto da situação do mapa eleitoral americano, no que diz respeito às presidenciais de 2012. Na imagem de cima surge a minha primeira análise, numa altura em que ainda não é conhecido o adversário de Barack Obama. Ainda assim, esta é a minha visão do mapa eleitoral, ciente que, quando se souber qual o ticket republicano que irá defrontar Obama/Biden, esta imagem pode-se alterar substancialmente, fruto das características próprias dos candidatos escolhidos pelo GOP.
Neste meu primeiro mapa eleitoral, o equilíbrio é a nota dominante, com Obama a conseguir 201 votos eleitores, ficando o candidato republicano com 190. Uns impressionantes 147 votos eleitorais ficam em branco, na categoria de toss up, ou indeciso, o que demonstra a indefinição da corrida. Todavia, dentro dos votos eleitorais atribuídos a cada um dos lados, o grau de certeza do resultado final é variável, com a tonalidade da cor a ser mais forte à medida que é também maior a probabilidade de esse partido vencer num Estado em particular. Veremos, com o aproximar do dia das decisões (6 de Novembro do próximo ano) qual é a cor que ganha predominância: o azul, dos democratas, ou o vermelho, dos republicanos.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Barómetro 2012 - Update Dezembro

Barack Obama O desemprego desceu para os valores mais baixos dos últimos tempos e os seus índices de aprovação não voltaram a baixar da fasquia psicológica dos 40%. Devido a estes factores e à emergência de Gingrich nas sondagens (um adversário teoricamente mais acessível do que Romney) a situação de Obama melhorou ligeiramente.
Mitt Romney Perdeu, nos últimos dias, a liderança nas sondagens para Newt Gingrich. O excelente momento que atravessa o antigo Speaker já provocou, inclusivamente, a reacção da campanha de Romney, que se viu forçada a atacar o seu adversário.
Newt Gingrich É actualmente o grande destaque da corrida republicana e ameaça seriamente o estatuto de Romney como presumptive nominee. Se conseguir aguentar os seus bons números no Iowa, na Florida e na Carolina do Sul, eleições que decorrem já em Janeiro, pode tornar-se um caso sério.
Herman Cain Depois de ter sido acusado de ter mantido um caso extraconjugal durante anos, Cain não tinha condições para continuar na corrida e abandonou, sem surpresa, a disputa pela nomeação presidencial. É a última vez que surge neste barómetro.
John Huntsman Apesar de ser um dos candidatos com melhores credenciais, a verdade é que continua sem convencer o eleitorado republicano. O facto de se querer distanciar significativamente dos seus concorrentes também o prejudica com os eleitores mais conservadores, precisamente aqueles que têm mais propensão para votar nas primárias do GOP.
Rick Santorum Continua sem descolar da última posição nas sondagens e é difícil antever um cenário que não seja a sua desistência depois dos caucuses do Iowa.
Rick Perry A sua campanha é das mais profissionais e bem preparadas, mas quando o candidato é propenso a gaffes como Perry não há staff que lhe valha. Tem tentado ultrapassar os seus maus momentos recorrendo ao humor, mas, com os contribuidores financeiros em fuga, dificilmente conseguirá voltar à luta pela nomeação.
Michelle Bachmann É um caso semelhante ao de Santorum, com a diferença de que Bachmann já esteve no topo da corrida, para logo a seguir descer para os últimos lugares. Diz-se que não está a investir na Florida, o que indicia que a sua candidatura não deverá passar das primárias iniciais.
Ron Paul É um candidato com um potencial limitado, já que apela quase unicamente à ala libertária do GOP. Todavia, parece lançado para um excelente resultado no Iowa, o que lhe dará ímpeto para encarar as primárias seguintes com melhores perspectivas.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Herman Cain sai da corrida

Confirmaram-se os rumores dos últimos dias, que apontavam para o abandono de Herman Cain da sua tentativa de chegar à Casa Branca, na sequência das acusações de comportamento impróprio de que foi alvo por parte de várias mulheres, assim como de um caso extraconjugal que terá, alegadamente, mantido durante 13 anos. Acompanhado da sua esposa, algo raro nos últimos tempos, Cain anunciou a sua decisão de suspender a campanha, o que, na prática, significa que está terminada a sua aventura na campanha presidencial. 
Quando anunciou a decisão de disputar a nomeação presidencial republicana, Herman Cain não foi levado muito a sério, já que era praticamente desconhecido do grande público e nunca havia exercido um cargo público. Mas, com algumas boas prestações em debates e facilidade em fazer passar a sua mensagem aos eleitores, Cain conseguiu estabelecer-se como uma das grandes surpresas da campanha, chegando a ser um dos frontrunners. Contudo, como tantos outros candidatos antes de si, Cain não conseguiu sobreviver a um escândalo sexual, algo só ao alcance de um punhado de políticos, com Bill Clinton como exemplo mais paradigmático. Agora, com Cain a abandonar a corrida pela porta pequena, o principal ponto de interesse será perceber para onde irão os votos dos eleitores que contavam votar no georgiano, mas é provável que Gingrich (também oriundo da Geórgia) seja o grande beneficiário.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Gingrich descola

A emergência de Newt Gingrich como frontrunner da campanha pela nomeação presidencial republicana parece ser um fenómeno mais duradouro e consistente do que outros movimentos semelhantes, como foram os casos de Michelle Bachmann, Rick Perry e Herman Cain. Pelo menos essa é a ilação das mais recentes sondagens, que continuam a colocar o antigo Speaker da Câmara dos Representantes na frente da corrida, tanto a nível nacional como nos tradicionalmente decisivos early states.
Uma sondagem YouGov/TheEconomist, realizada entre 26 e 29 de Novembro, encontrou Gingrich 25% das intenções de voto e com uma vantagem clara sobre Romney, que se fica pelos 17%. Logo atrás surge Cain, com 15%, e, nos single digits estão Ron Paul (9%), Michelle Bachmann, (5%), John Huntsman (5%), Rick Perry (5%), e Rick Santorum (3%). Além disso, este estudo fornece ainda um importante indicador: quando Herman Cain (que está alegadamente a ponderar retirar-se da corrida, na sequência das várias acusações de cariz sexual que lhe têm sido feitas) é retirado das opções de candidatos, a vantagem de Gingrich para Romney aumenta para 13 pontos percentuais - 32% contra 19%. Estes números parecem indicar que, caso Cain abandone a disputa pela nomeação ou caso o seu apoio se dilua completamente, Newt poderá ser o grande beneficiado, recebendo a maior parte dos ex-apoiantes de Cain. 
Outra sondagem, esta exclusivamente na Florida e da responsabilidade Public Policy Polling, mostra que Newt Gingrich conseguiu uma enorme vantagem no sunshine state, contando com 47% das intenções voto, bem à frente de Romney (17%), Cain (15%), Paul (5%), Bachmann (4%), Huntsman (3%), Perry (2%) e Santorum (1%). Ora, a Florida pode desempenhar um papel decisivo nestas primárias, já que é o quarto Estado a ir a votos no calendário das primárias presidenciais e, entre eles, é, de longe, o que atribui mais delegados ao seu vencedor. Assim sendo, se Gingrich vencer na Florida é provável que também tenha triunfado no Iowa e na Carolina do Sul e, nesse caso, estaria com o caminho aberto rumo à nomeação pelo GOP.
Estes números, e quando estamos a apenas um mês dos caucuses do Iowa, devem fazer soar os alarmes na sede de campanha de Mitt Romney, já que Gingrich é a maior ameaça que o antigo Governador do Massachusetts já enfrentou até ao momento na actual campanha eleitoral. Por isso, não admira que Romney já esteja a lançar anúncios televisivos no Iowa, um Estado onde não pretendia competir abertamente, mas que, face às necessidades, tem agora de ser uma forte aposta da sua campanha. Até porque o seguro morreu de velho e Romney, com Gingrich a ganhar momentum, não pode facilitar nem um bocadinho.