terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Merry Christmas!

O Máquina Política deseja a todos os seus leitores um Feliz Natal!

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Por dentro da campanha de Romney

Foi recentemente divulgado o trailer de apresentação do documentário da Netflix sobre a (inglória) campanha de Mitt Romney à Casa Branca, em 2012. Apesar de apenas ir para o ar a 24 de Janeiro do próximo ano, este sneak peak deixa água na boca para o que aí vem. Provalvemente, e como o documentário obteve beneplácito do candidato republicano à presidência, não serão revelados novos dados sobre a campanha do ano passado, mas, a julgar pelo trailer, é bem possível que o este documentário traga uma nova luz sobre Romney, mostrando o seu lado mais humano e pessoal, uma faceta que não conseguiu partilhar na sua corrida à Casa Branca. 

domingo, 15 de dezembro de 2013

A economia recupera, mas os americanos andam zangados

A popularidade do Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anda pelas ruas da amargura. Segundo a última sondagem da Gallup, 49% dos norte-americanos não estão contentes com o trabalho do seu Chefe de Estado, ao invés dos apenas 42% que aprovam a prestação de Obama na Casa Branca. 
A insatisfação com o trabalho do Presidente é ainda acompanhada de uma percepção generalizada por parte do público de que a situação do país está a piorar e não a melhorar. De facto, de acordo com os dados fornecidos pela Rasmussen, 65% dos norte-americanos considera que a direcção seguida pelos Estados Unidos é errada, com apenas 28% a achar o contrário.
Curiosamente, o agravamento da percepção negativa por parte do público norte-americano em relação ao trabalho de Obama e ao rumo do seu país, surge numa altura em que a economia dos Estados Unidos dá sinais de uma franca recuperação, em claro contra-ciclo com outras regiões do mundo, sendo a Europa o exemplo mais flagrante. Em Novembro, o desemprego atingiu o valor mais baixo dos últimos cinco anos, estando agora nos 7% e os níveis de emprego nos EUA aproximam-se dos valores "normais" do período anterior à grande crise de 2008.
A confirmar-se esta tendência até ao final de 2016, então Barack Obama poderá até ter um grande argumento para utilizar como ponto-chave do seu mandato: a recuperação económica. Na verdade, o 44º Presidente dos Estados Unidos chegou à Casa Branca no olho do furacão que representou a crise económica e financeira de 2008. Contudo, e apesar do aumento do desemprego na primeira metade do seu primeiro mandato, a Administração Obama foi capaz de evitar uma recessão como a que se verificou na Europa, salvou a indústria automóvel (um dos pilares da economia norte-americana), reformou (ainda que timidamente) a regulação financeira de Wall Street e lançou um programa de estímulos federais que, além de impedir níveis de desemprego ainda mais elevados, serviu de âncora para uma lenta mas notória recuperação económica. 
Contudo, e apesar de ter realizado todos estes feitos, Barack Obama não recebeu por eles todo o mérito que lhe era devido e, pior ainda, merece, actualmente, índices de popularidade francamente negativos. É difícil explicar as razões que levam os norte-americanos a entender que a situação do país está a piorar, quando todos os indicadores apontam o contrário. Talvez a polémica em torno da implementação da impopular reforma do sistema de saúde dos Estados Unidos explique parte da insatisfação do público, mas certamente não o explica na sua totalidade. Assim, estou mais inclinado a considerar que é o actual clima de polarização política em Washington a estar na base do negativismo do público. 
Actualmente, democratas e republicanos mostram-se incapazes de se entenderem no que quer que seja e o país parece ingovernável. Como se vê pelos números das sondagens (Obama tem valores negativos e o índice de aprovação do Congresso ronda os 12%!), os norte-americanos não estão contentes com os políticos e não vêem uma luz ao fundo do túnel para a resolução do impasse na capital federal. Por isso, aos olhos do público, a recuperação económica acontece apesar dos políticos e não por causa dos políticos. E, assim sendo, Obama (que também tem a sua quota-parte de responsabilidades na polarização política actual) "leva por tabela" e vê a sua popularidade prejudicada.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Obama homenageia Mandela e cumprimenta Castro

Como grande parte dos líderes mundiais, Barack Obama esteve presente na sentida homenagem a Nelson Mandela. Sendo o primeiro presidente dos Estados Unidos descendente de africanos, Obama é muito querido nesse continente e o seu discurso em Pretoria foi calorosamente recebido pelos milhares de sul-africanos presentes no estádio Soccer City. O discurso de Obama foi emotivo e, como não podia deixar de ser, muito elogioso para Madiba, a quem comparou a outras grandes figuras como Ghandi, Martin Luther King e Abraham Lincoln. Aliás, o Presidente norte-americano classificou mesmo o antigo Presidente sul-africano como o último grande libertador do século XX. 
A presença de Barack Obama na homenagem ao lendário Nelson Mandela ficou também marcada pelo seu cumprimento ao líder cubano, Raul Castro, um momento especialmente importante ou não estivessem as nações cubana e norte-americana desavindas há mais de 50 anos. É difícil perceber se o gesto teve algum significado especial ou se o líder norte-americano apenas evitou um incidente protocolar, mas é certo que os assistentes de Obama saberiam de antemão quem estaria no caminho do Presidente entre o seu lugar e o pódio e teriam, por isso, formas de evitar tal encontro se o desejassem. É, por isso, possível especular que Obama tenha cumprimentado o irmão de Fidel por livre e espontânea vontade, um gesto que, convenhamos, encaixa que nem uma luva no espírito de conciliação advogado por Mandela (e que foi também seguido pelas suas duas mulheres, que, também na cerimónia, deixaram para trás guerras antigas, e se cumprimentaram carinhosamente).
Contudo, o aperto de mãos entre Obama e Castro pode trazer consequências políticas para o Presidente dos Estados Unidos no seu próprio país. Parte dos norte-americanos vêem com maus olhos a deferência dos seus Presidentes perante líderes estrangeiros (por exemplo, Obama foi muito criticado por alguns republicanos por ter cumprimentado Hugo Chavez e por ter feito uma vénia ao Rei Abdullah da Arábia Saudita). Ainda durante o dia de ontem, o senador republicano John McCain comparou mesmo o aperto de mãos de Obama e Castro ao cumprimento entre Neville Chamberlain e Adolf Hilter, em 1938. 
Seja como for, o cumprimento entre Obama e Castro no homenagem a Mandela só terá um verdadeiro significado se for acompanhado de uma mudança na política dos Estados Unidos em relação a Cuba. Apesar de, no seu discurso de ontem, Obama ter lançado algumas farpas aos líderes mundiais que homenageavam o libertador Nelson Mandela ao mesmo tempo que reprimiam o seu povo, também falou na necessidade de confiança, perdão e reconciliação na relação entre os povos. Recentemente, Obama alcançou um acordo com o Irão, um histórico inimigo dos Estados Unidos, em relação ao programa nuclear deste país do Médio Oriente. Por isso, é possível que Obama se esteja a preparar para, na parte final do seu mandato, se concentrar no plano externo, procurando alcançar acordos com tradicionais adversários norte-americanos, como Cuba. Esse modus operandi, utilizado, no passado, por outros presidentes norte-americanos (veja-se Clinton e o acordo israelo-palestiniano), teria o condão de garantir um legado importante e duradouro. 
Se a apaziguação entre os Estados Unidos e Cuba for mesmo um objectivo de Obama e se um acordo entre os dois países for mesmo possível, então de certeza que Nelson Madela gostaria de saber que, até na sua morte, conseguiu promover a reconciliação entre os povos.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

ObamaCare, conquista e falhanço

A convite do Germano Almeida, comentei a situação actual da reforma do sistema de saúde norte-americano, mundialmente conhecido como Obamacare. A peça está disponível aqui.