domingo, 30 de março de 2014

Nate Silver está de volta

Nate Silver ficou conhecido na corrida eleitoral de 2008. Na altura, começou inicialmente por publicar as suas previsões eleitorais no site Daily Kos, tendo depois fundado o seu próprio blogue, o fivethirtyeight.com (538 é o número total de votos eleitorais em disputa numa eleição presidencial). Na votação que elegeu Barack Obama, Nate Silver acertou no vencedor em 49 dos 50 Estados norte-americanos, o que lhe valeu fama e reconhecimento como um guru das previsões eleitorais.
Com o estatuto alcançado, Silver foi convidado pelo New York Times a fazer parte da equipa do afamado jornal. Foi no NYT que Nate Silver que publicou as suas previsões para as corridas eleitorais de 2010 e 2012, sempre com muito sucesso - em 2012 acertou no vencedor em todos os Estados da eleição presidencial. Contudo, depois da segunda vitória de Obama, o especialista em estatística procurou novamente estabelecer um projecto próprio e autónomo e refundou o fivethirtyeight.com, que foi lançado a todo o gás no final deste mês. Com uma imagem mais moderna e um alcance mais ambicioso, o site de Nate Silver não se limita a realizar previsões e análises políticas e eleitorais, abrangendo agora áreas como a economia, a ciência e o desporto (com destaque para o basebol, uma das grandes paixões de Nate Silver).
Claro que para os apaixonados pela política norte-americana, serão as previsões eleitorais a merecerem uma maior atenção. E, nesse aspecto, Nate começou em força, a prever um ligeiro favoritismo republicano para o controlo do Senado, após as eleições intercalares de Novembro. É, obviamente, ainda muito cedo para retirarmos grandes ilações sobre as previsões, até porque o modelo de Silver é flexível e adapta-se às alterações que forem ocorrendo nas dezenas de corridas pelo Senado. Porém, dado o historial da jovem estrela no que diz respeito a previsões eleitorais, podem os democratas estar preocupados com as suas hipóteses de manter o controlo da câmara alta.
Com o prestígio alcançado nos últimos anos, Nate Silver é já uma referência política nos Estados Unidos e o seu regresso era um facto muito aguardado pelos political junkies norte-americanos. Agora que está de volta com as suas previsões, as eleições de 2014 parecem estar mais próximas do que nunca e conquistam um renovado interesse. É caso para dizer: welcome back, Nate!

quarta-feira, 12 de março de 2014

Rude golpe para os democratas na Florida

As eleições para o Congresso estão ainda a oito meses de distância, mas, de momento, o cenário não é nada positivo para o Partido Democrata. A eleição especial que teve ontem lugar na Florida veio comprovar isso mesmo, com a derrota da candidata democrata, Alex Sink, às mãos do republicano David Jolly.
Na disputa pelo 13º distrito da Florida, os democratas perderam uma excelente oportunidade para recuperar um assento que se encontra na posse do GOP há mais de 40 anos. De facto, Sink era vista como a favorita à vitória, fruto de ser um nome conhecido (perdeu à tangente, em 2010, o cargo de Governador do Estado para Rick Scott), de contar com uma importante vantagem financeira e de concorrer contra um antigo lobbysta. Contudo, nada disto evitou que Jolly alcançasse uma vitória e que nem foi assim tão justa quanto isso (o republicano obteve 48,5% dos votos contra os 46,6% da sua opositora).
Este resultado, num Estado tão importante como é a Florida, é um rude golpe para o Partido Democrata  e deve fazer soar os alarmes no DCCC (estrutura democrata de apoio às eleições para a Câmara dos Representantes). O 13º distrito da Florida trata-se de um local tradicionalmente republicano, mas também é precisamente o tipo de distrito moderado, apenas ligeiramente republican leaning, que os democratas precisam de conquistar se querem ter alguma hipótese de anular o défice de 17 lugares na Cãmara dos Representantes que os afastam da maioria. 
A reconquista da câmara baixa do Congresso sempre foi um long shot para os democratas. Todavia, o desfecho de ontem na Florida indicia que essa meta é uma missão impossível para o partido de Obama. Por isso, parece cada vez mais acertada a opção alegadamente tomada pela liderança democrata de, em 2014, apostar todas as suas fichas nas corridas do Senado, onde a manutenção da maioria é uma tarefa complicada, mas exequível.