sexta-feira, 21 de junho de 2013

Paragem para férias


















Após um longo extenuante ano, o Máquina Política entra de férias durante um par de semanas. Infelizmente, não tenho escrito tanto como gostaria e como habituei os leitores deste blogue. Contudo, espero que este período de descanso sirva para recuperar energias que permitam um regresso em força. Até breve!

quarta-feira, 19 de junho de 2013

A doutrina Bush/Obama

Quando Barack Obama foi eleito pela primeira vez, em 2008, conseguiu-o depois de uma campanha eleitoral em que o seu principal talking point foi a crítica à Administração de George W. Bush. Na altura (e actualmente, ainda que de forma menos pronunciada), o 43º Presidente dos Estados Unidos era altamente impopular e a estratégia democrata resultou na perfeição - quatro anos mais tarde voltaria a funcionar. 
Assim, após a eleição do antigo Senador do Illinois, esperava-se que Obama, ao cumprir a sua promessa de romper com as políticas de Bush, mudasse radicalmente o rumo da Casa Branca. Contudo, isso foi apenas parcialmente verdade, já que, no domínio da política externa e da segurança nacional, Obama optou por seguir os passos de Bush. 
Uma das raras excepções verificou-se logo no início do seu primeiro mandato, quando Obama tentou cumprir a promessa eleitoral de fechar Guantánamo. Todavia, os seus esforços esbarraram na intransigência do Congresso e, ainda hoje, a polémica prisão para os suspeitos de terrorismo continua a funcionar. 
Também é verdade que o actual Presidente melhorou um pouco a imagem dos Estados Unidos no mundo e que retirou as tropas do Iraque (ainda que a retirada deste país se tenha iniciado durante o mandato de Bush). Todavia, no restante, Barack Obama tem seguido um guião que podia muito bem ter sido escrito por W. O combate ao terrorismo continua a seguir uma linha dura, como é demonstrado  pela prioridade dada ao cenário de guerra afegão, pela morte de Osama Bin Laden e pela aposta no uso de drones, com estes aparelhos não tripulados a serem mesmo utilizados em países terceiros ou contra cidadãos americanos.
Mais recentemente, a polémica em torno do acesso pelo governo norte-americano a todas as comunicações realizadas no país veio reacender ainda mais o debate sobre os meios utilizados pelo governo dos Estados Unidos para fazer face ao terrorismo. Também aqui, Obama parece seguir a linha de Bush, ao utilizar todas as capacidades ao dispor do governo federal para combater o terror, ainda que tenha de por em causa a privacidade dos cidadãos norte-americanos.
Neste debate, e como seria de esperar, as posições inverteram-se. De um lado, os democratas, anteriormente mais propensos a oporem-se a programas que limitavam a privacidade e os direitos dos cidadãos, como o Patriot Act, são agora acérrimos defensores das medidas adoptadas pelo governo para limitar as actividades terroristas. Do outro lado, os republicanos, que apoiaram todas as políticas anti-terrorismo de Bush, clamam agora por justiça e acusam Barack Obama de extrapolar os seus poderes entrando no domínio privado dos norte-americanos.
No fim de contas, e apesar de todo espectáculo mediático e político à volta desta polémica, verifica-se que George W. Bush em Barack Obama, os dois presidentes dos Estados Unidos na era pós-11 de Setembro, têm seguido a mesma cartilha. Para combater o terrorismo, aumentaram o poder presidencial e não deixaram de utilizar qualquer ferramenta à sua disposição, mesmo que, com isso, tenham levantado questões legais e éticas. Ainda assim, a verdade é que a maioria dos norte-americanos apoia com estas medidas, o que leva a entender que tanto os Presidentes como os cidadãos estão de acordo: neste caso, os fins justificam os meios.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Mulheres ao poder

Anunciam-se mexidas de vulto na equipa de Segurança Nacional do Presidente Barack Obama. Após quatro anos como Conselheiro de Segurança Nacional, Tom Donilon prepara-se para abandonar o cargo e a sua sucessor será nada mais nada menos do que Susan Rice, actual Embaixadora dos Estados Unidos na ONU. 
Como seria de esperar, a escolha de Rice para este importante posto na Administração Obama está a levantar fortes protestos por parte dos republicanos. Contudo, desta vez, e ao contrário do que sucedeu quando Susan Rice foi apontada para Secretária de Estado, o GOP não terá como evitar a sua nomeação, já que o cargo de National Security Adviser não carece de confirmação pelo Senado. 
Por sua vez, o lugar deixado vago por Rice deverá ser preenchido por Samantha Power, conhecida pelo seu empenho no activismo contra o gonocídio. Ao contrário do que acontece com a sua antecessora, Power terá de ser confirmada pelo Senado e, mesmo que a sua nomeação venha a ser aprovada, é de esperar uma forte onda de contestação por parte da bancada republicana, ainda que a ira dos senadores do GOP se centre mais em Susan Rice e Hillary Clinton (Benghazi voltará a estar em destaque) do que propriamente na candidata à nomeação para Embaixadora nas Nações Unidas.
Estas escolhas por parte de Barack Obama permitem retirar algumas ilações. Em primeiro lugar, são uma resposta às críticas que eram feitas relativamente à grande prevalência de homens brancos entre as mais recentes nomeações para altos cargos na administração. Depois, representam uma verdadeiro brinde para os liberais, grandes apreciadores de Susan Rice e, presumivelmente, de Samantha Power. Em sentido contrário, o Partido Republicano verá estas escolhas como uma verdadeira afronta por parte de Obama. A nomeação de Rice, em especial, é uma pequena declaração de guerra ao GOP, que já a havia vetado estrondosamente no processo de substituição de Hillary Clinton.  Contudo, com maior ou menor dificuldade, é praticamente certo que Obama levará a sua avante e colocará estas duas mulheres em lugares de destaque na sua equipa de Segurança Nacional.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Morreu Frank Lautenberg (1924-2013)

Faleceu esta manhã o Senador Frank Lautenberg, o mais velho dos membros do Senado e também o último veterano da II Guerra Mundial a servir na câmara alta Congresso dos Estados Unidos. Senador democrata pelo Estado de New Jersey entre 1982 e 2000 e, novamente, entre 2002 e 2013, Lautenberg não resistiu a uma forte pneumonia a morreu aos 89 anos de idade. Agora, o Governador Chris Christie irá nomear um sucessor temporário até que se realize uma eleição especial para que os eleitores de New Jersey possam escolher o substituto definitivo para Frank Lautenberg.