sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Mais uma ronda pelas sondagens

Depois de ontem ter feito uma previsão (algo optimista para o lado democrata) relativamente às eleições para o Senado, hoje convém fazer um resumo das últimas sondagens que saíram (Sexta-feira é tradicionalmente um dia fértil) sobre a emocionante disputa pela câmara alta do Congresso que está a ser travada por democratas e republicanos, com especial atenção, como sempre, para os estados decisivos.
Delaware: Coons (D) 53%, O'Donnell (R) 42% - Depois da bombástica vitória de Christine O'Donnel nas primárias do GOP, este lugar parece cada vez mais seguro na coluna democrata. Porém, será importante ir prestando atenção a esta corrida.
New Hampshire: Ayotte (R) 51%, Hodes (D) 44% - Para já, vantagem relativamente confortável para Kelly Ayotte, depois da vitória in extremis nas primárias do seu partido. Ainda assim, talvez seja esta a melhor oportunidade de os democratas "roubarem" um lugar ao GOP, o que é sintomático da inclinação das eleições deste ano.
Arkansas: Boozman (R) 51%, Lincoln (D) 34% - No estado dos Clinton, os democratas perderão, sem margem para dúvidas, um lugar no Senado, pois a Senadora Lincoln não tem sequer condições de discutir a corrida.
Washington: Murray (D) 51%, Rossi (R) 46% - Corrida cada vez mais inclinada para o lado democrata. Com Murray já acima dos 50% nas sondagens, dificilmente Rossi conseguirá alterar a situação.
Illinois: Kirk (R) 39%, Giannoulias (D) 36% - Aparentemente, más notícias para os democratas, numa das mais renhidas corridas deste ciclo eleitoral. Contudo, tenho algumas razões para desconfiar desta sondagem, devido ao grande número de indecisos, à empresa que a conduziu e ainda pelo candidato do Green Party surgir com 4% dos votos. Para mim, o Illinois continua o toss-up dos toss-ups.
Ohio: Portman (R) 55%, Fisher (D) 35% - Pela diferença entre os dois candidatos, esta sondagem é, quase de certeza, um outlier. Ainda assim, a disputa por este lugar no Senado parece já fora de alcance para os democratas, que deviam pensar em deslocar os seus recursos para outras corridas mais competitivas.
Wisconsin: Johnson (R) 51%, Feingold (D) 44% - Do conjunto de sondagens de hoje, esta é, para mim, a grande surpresa. Mesmo sendo a empresa conservadora Rasmussem a responsável pelo estudo, estranho a grande diferença entre os dois candidatos, bem para lá da margem de erro. Caso não se trate de um outlier, estes números são péssimas notícias para Feingold e para os democratas.

4 comentários:

  1. Pois, piadas à parte, convém seguir de perto o Delaware. Os Democratas também festejaram quando Sharron Angle ganhou a nomeação, e agora estão empatados nas sondagens. E 11 pontos não é uma diferença assim tão grande.

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  2. 11 pontos ainda é muita coisa, especialmente tratando-se uma sondagem da Rasmussen. E Coons não tem a bagagem de Harry Reid no Nevada, que conta com índices de favorabilidade baixíssimos.
    Por falar no Nevada, espanta-me um bocado que o estado queira perder a enorme vantagem que é ter o líder da maioria como seu representante. É que o Nevada já retirou muitos dividendos do peso e influência de Reid.

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  3. Ah, é da Rassmussen. Não tinha reparado. Então é acrescentar mais 5 pontos para Coons. Mas continuo a achar que não são favas contadas.
    Quanto ao Nevada, acho que nestas eleições nem isso importa. O clima está estranho na América, e não sou tão optimista como tu. Acho que os Democratas vão levar uma tareia épica. É o que acontece quando se perde a base e os independentes, ao mesmo tempo que o outro lado ganha um entusiasmo enorme. Basta ver o que se preparam para fazer com a tax-cut para a classe média.
    Depois, em 2012, vem Palin (sim, insisto).

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  4. Depois da vitória de Scott Brown no MA nada são favas contadas. Num cenário normal - e se não houvesse um altamente impopular Harry Reid na corrida - Sharron Angle seria trucidada na eleição geral. Mas, para já, vai-se mantendo praticamente empatada nas sondagens.
    Quanto a Palin: bem, ela hoje faz a estreia no Iowa, o que deve querer dizer alguma coisa. Ainda assim, não vejo como ela pode conseguir a nomeação, mesmo com o actual peso dos Tea Party. No Iowa, um estado rural e onde os eleitores do GOP são muito conservadores, tem, em teoria, boas hipóteses. Mas para se vencer no Iowa e indispensável passar no teste da política porta-a-porta e Palin, com a sua aura de super star, pode ter problemas. Além disso, Huckabee (a concorrer), que venceu os caucuses em 2004, já conhece o terreno e parte à frente para conquistar o eleitorado mais à direita.
    No New Hampshire, onde não vão muito com a cara dela, não tem hipóteses de bater Mitt Romney. Ainda por cima, no "granite state", o eleitorado republicano mais conservador vai mais na onda "libertarian" e uma candidatura de Ron Paul roubar-lhe-ia muitos votos, certamente.
    Mas de uma coisa não tenho dúvidas: Sarah Palin seria a oponente de sonho para Obama.

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