segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Jon Stewart contra-ataca

Depois do evento "Restoring Honor" de Glen Beck, um dos símbolos da direita americana e do movimento Tea Party, ter juntado uma grande multidão em Washington D.C., no dia do 40º aniversário do épico discurso "I Have a Dream" de Martin Luther King, agora é a vez do famoso apresentador do "Daily Show", Jon Stewart, anunciar que também ele irá organizar um grande comício no Mall da capital americana.
No seu programa televisivo, Stewart satiriza frequentemente bastiões do movimento conservador, como Beck ou a Fox News. Agora, parece querer levar essa disputa para outro nível, respondendo ao "Restoring Honor" com o seu próprio evento, apesar de o estar a publicitar como uma acção de protesto contra o extremismo dos dois principais partidos políticos americanos. Aliás, Stephen Colbert, que até 2005 fazia parte da equipa do Daily Show, anunciou uma "March to Keep Fear Alive", numa clara sátira  ao evento de Beck.
A escolha da data, 30 de Outubro, a apenas três dias das eleições intercalares, também não é inocente. O objectivo de Jon Stewart passará por mobilizar e motivar o seu público, maioritariamente jovem e liberal, para votar nas midterms. Se o conseguir, estará a prestar um grande apoio ao Partido Democrata, já que os jovens são um dos grupos que mais tendência tem para se abster nas eleições intercalares. E em 2010, quando se antevê uma avalanche republicana, os democratas precisam de todos os votos e de toda a ajuda disponível.
Este envolvimento de Jon Stewart num momento tão importante da campanha eleitoral pode marcar um ponto de viragem na política americana. Apesar de os democratas contarem com meios de informação tendencionalmente liberais, como a MSNBC ou o New York Times, a verdade é que não têm nas suas fileiras personalidades fortes e capazes de influenciar e motivar o eleitorado, como Beck ou Rush Limbaugh o fazem no lado republicano. E este novo "campo de batalha" político, nas televisões e nas rádios, é cada vez mais importante, particularmente numa época em que os eleitores desconfiam e se afastam do sistema político-partidário tradicional.

4 comentários:

  1. Ele é «Jon» e não «John», João. Aliás, o nome verdadeiro e completo dele é Jonathan Stuart Leibowitz.

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  2. Octávio, como sempre atento aos pormenores :) Obrigado pela correcção.

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  3. De nada, João (mas falta corrigir a etiqueta).

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