John McCain pediu ontem a intervenção da Guarda Nacional do Arizona para proteger a fronteira mexicana do seu Estado, de modo a prevenir a entrada de muitos imigrantes ilegais provenientes do México. Esta solicitação do candidato presidencial de 2008 à administração Obama acontece após um rancheiro do Arizona ter sido encontrado morto na sua propriedade.
Estas declarações vêm em sentido oposto à posição moderada por que McCain ficou conhecido depois de ter proposto legislação, durante a presidência de George W. Bush, que reformaria as lei de imigração e permitiria legalizar muitos imigrantes que se encontram ilegalmente nos Estados Unidos. Essa posição criou-lhe muitos anti-corpos no GOP, mas consolidou a imagem de maverick que tinha conquistado na campanha de 2000 contra Bush.
Porém, agora, que enfrenta uma dura batalha à Direita nas primárias republicanas para a sua reeleição, McCain necessita de atrair o eleitorado mais conservador, tentando minimizar as perdas para o seu concorrente e, assim, a sua verdadeira intenção não é proteger a fronteira sul do Arizona, mas sim o seu próprio flanco direito. Para esse efeito, conta ainda com a ajuda da sua running-mate de 2008, Sarah Palin, que se manteve leal a quem a trouxe para a ribalta e não embarcou na contestação dos mais conservadores a McCain.
O opositor de John McCain nas primárias republicanas é J. D. Hayworth, um antigo congressista, mais conservador e que conta com o apoio informal do Tea Party e de figuras do conservadorismo americano, como Glen Beck e Mark Levin. Do lado de McCain está o grosso do establishment do GOP, como Romney, Pawlenty ou Scott Brown.
Serão, então, as primárias o seu grande desafio - uma sondagem da Rasmussen coloca Hayworth muito próximo de McCain - já que na eleição geral os democratas nem se deram ao trabalho de apresentar um candidato competitivo (a ex-Governadora Janet Napolitano seria uma forte concorrente, mas Obama nomeou-a Secretary of Homeland Security).
Joao,
ResponderEliminarPenso que as principais organizacoes Tea Party nao apoiam o JD Hayworth.
Nao me parece que Mccain tera qualquer problema com um opositor que, para alem de concorrer com menos fundos, e inconsistente e demasiado verborrento.
Mccain, apesar de ter sido sempre olhado com desconfianca pela ala conservadora do seu partido, e respeitado pela sua independencia e por ser um dos Senadores republicanos mais poderosos.
Para alem do mais, tem sido bastante critico de Obama (seja por razoes de electibilidade ou nao...), tanto a nivel de politica externa tanto no que repeita a questao da reforma ( ou ndestruicao) do sistema de saude americano.
palin, mais uma vez, da cartas. Cada accao desta Senhora, poi a esquerda em transe e a direita a aplaudir.
Penso que neste caso nao tinha outra escolha que nao apoiar o Homem que a lancou no palco nacional.
Alias, foi interessante ver que a maior parte das pessoas que foi ao comicio foram antes de mais para ver Palin.
Joao Fernandes
João, desta vez concordo com grande parte do que tu dizes, o que não deixa de ser de assinalar :)
ResponderEliminarEm relação a McCain, as bases mais conservadoras do GOP nunca esconderam que, nestas primárias, o senador do Arizona seria um dos seus principais alvos. Mas concordo contigo, dificilmente o nomeado republicano de 2008 não será reeleito.
Confesso que é com surpresa que vejo a atitude de McCain em relação a Obama e a postura que tem assumido no Senado e nesta campanha, com uma nítida viragem à direita (sobre este assunto já falei aqui: http://maquinapolitica.blogspot.com/2010/02/bitter-mccain.html ) McCain já chegou ao ponto de dizer que nunca tinha dito que se considerava um Maverick, o que é, no mínimo, estranho, quando o seu avião de campanha se chamava Maverick One.
Já na questão de Palin, não vejo que outra hipótese teria a candidata a VP de McCain em 2008 a não ser apoiar o seu antigo running mate. Como iria ela explicar aos americanos que McCain servia para presidente mas não para senador pelo Arizona? Claro que, com isto, não quero dizer que o seu apoio a McCain não seja sincero...
Dizes bem que a maior parte das pessoas que foram ao "rally" de Palin com McCain foram para ver a antiga governadora do Alasca. Este fenómeno já tinha sido observado durante a campanha presidencial, onde Palin juntava muitos mais apoiantes do que McCain, obrigando, mesmo, a campanha do senador do Arizona a juntar os dois membros do ticket republicano para que McCain apanhasse boleia da verdadeira Palinmania que se instalou.