sexta-feira, 2 de abril de 2010

O "surge" de Obama?

Boas notícias para a administração Obama. Na primeira Sexta-feira de cada mês, são anunciados os valores do desemprego nos Estados Unidos e hoje, pela primeira vez desde que Obama chegou à Casa Branca, foram revelados números positivos relevantes: durante mês de Março, a economia americana criou 162 mil novos empregos.
Algumas expectativas apontavam para um número mais substancial, acima da barreira dos 200 mil, e alguns analistas apontam o regresso ao trabalho das pessoas que estiveram paradas em Fevereiro por causa dos nevões desse mês e a contratação de cerca de 50 mil trabalhadores temporários para a realização dos censos como as principais razões para estes valores, mas esta notícia não deixa de vir dar ainda mais ímpeto à agenda política de Obama, que parece ter ganho um novo ânimo.

De facto, desde a aprovação da reforma da saúde, a Casa Branca tem apostado numa campanha agressiva com várias iniciativas relevantes consecutivas, de forma a destacar o presidente americano ciclo noticioso após ciclo noticioso. Senão vejamos: Obama assinou o acordo de não proliferação nuclear com a Rússia; fez uma visita surpresa às tropas americanas no Afeganistão; anunciou uma nova política, permitindo a perfuração petrolífera nas costas americanas (uma medida popular e louvada pelos republicanos e que pode beneficiar a nova legislação ambiental que está a ser preparada pelo democrata John Kerry, pelo independente Joe Liberman e pelo republicano Lindsey Graham) e agora prepara o lançamento de novas acções, como ao nível da educação e da reforma financeira.

Mas, no final, será sempre o estado da economia que determinará o sucesso e o destino de Barack Obama e da sua administração. Se a situação económica melhorar e o nível de emprego aumentar, o presidente americano verá o apoio às suas políticas subir, ao mesmo tempo que as perspectivas democratas para as eleições de Novembro se tornarão menos pessimistas. Mas este é apenas um cenário hipotético, pois trata-se de um grande "se" que tolda o futuro da presidência de Obama.

3 comentários:

  1. Porque nem tudo sao rosas, a reforma da saude (sem deixar de ter sido uma granda granda victoria obama/pelosi/democracia/liberdade) ainda tem que se enraizar bastante na cultura americana, a comecar pelos orcamentos dos diferentes estados (q vao mudar bastante, ainda bem! mas como vao mudar?). Nao esta tudo feito, e neste momento ainda se vive o momento de concretizar o apoio politico das populacoes a nova legislacao, o que esta a ser feito pelos democratas mas o oposto tb pelos republicanos onde cada congressista tenta justificar o sim/nao nos seus estados. Quanto aos Jobs, pouco ou nada da recuperacao teve a ver com Obama, a verdade e essa. Nao deixa de ser um bom sinal, ate porque agora (depois da saude) sera essa a grande prioridade da administracao. E bons numeros sao sempre uteis para apoiar boas politicas de emprego. Quanto a perfuracao petrolifera nas costas americanas, em q e q isso e bom? Em que e q isso demonstra uma lideranca na mudanca de mentalidades em termos energeticos? Abraco
    PS: desculpem nao ter acentos ou cedilhas...

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  2. Estás desculpado, Miguel. É o que dá usar esses teclados yankees :)

    Em relação à questão da perfuração, parece me uma acção inteligente de Obama. Em termos políticos pouco ou nada tem a perder, a não ser alguns grupos ambientais que, de qualquer forma, o apoiam e à sua agenda em matérias do ambiente. Além disso, pode também ser uma contrapartida para o senador Graham, que apoia a perfuração, e tem trabalhado com os democratas numa numa legislação ambiental.

    Esta medida, que é altamente popular entre o eleitorado, tem o condão jogar em vários tabuleiros: cria empregos, reduz a dependência energética externa e deixa de fora a perfuração em locais mais sensíveis, como por exemplo, o Alasca. Mais: depois da terrível disputa partidária à volta da "healthcare reform" só fica bem a Obama enveredar por uma acção que agrade ao partido da oposição.

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  3. Miguel,

    Relativamente a questao a perfuracao petrolifera na costa americana, esta medida de Obama e bem vinda nas peca por tardia e escassa: porque nao permitir a exploracao petrolifera dos recurdsos energeticos americanos e deixar de estar tao dependente de fontes externas (a maioria dos quais despotas).

    Parece me que faz todo o sentido e espero e que vejo como um reconhcer de uma medida que vinha sendo apresentada na campanha de 2008 pelo ticket Mccain-Palin, tendo tornado esta famosa a frase "Drill, baby, drill".


    Eelativamente aos empregos, pequenos aumentos de empregabilidade da populacao nao escamoteiam nem fazerao esquecer ao eleitorado o dano permanente feito por esta Administracao a vitalidade da economia americana. Basta notar que grande parte deste aumento do numelro de empregados vem precisamente do sector publico, ou seja, empregados pelo Tio Sam, o novo babysitter da america.

    Miguel, se estas a pensar ficar nos EUA, aconselhote a procurares um emprego numa instituicao publica :)


    Joao Fernandes

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