Depois da vitória na reforma do sistema de saúde americano, Barack Obama vira agulhas para uma nova batalha: a reforma financeira. Desta vez, os visados não são as companhias de seguros, mas sim Wall Street e os seus "fat cats" - os homens de negócios do sector financeiro que enriquecem mesmo em tempos de crise.
Depois da crise económica de 2008, em que os métodos de regulação do sistema financeiro provaram ser totalmente ineficazes, Obama e os democratas querem implementar uma reforma que proteja as pessoas e as suas poupanças. Este assunto pode parecer um terreno fértil para o populismo e para o discurso anti-business, mas, neste tema, como em tantos outros, a população norte-americana é fértil em contradições. Ao mesmo tempo que se insurge contra o aumento da regulamentação da economia pelo governo federal, clama por medidas que, por exemplo, impeçam as grandes empresas de concederem generosas contribuições aos seus administradores.
Nesta reforma, à imagem do que aconteceu na da saúde, o presidente dos Estados Unidos movimenta-se para conseguir o apoio republicano. Porém, essa tarefa não se afigura nada fácil. Um dos problemas pode residir no facto de o responsável por este dossier ser o Senador Chris Dodd. Dodd, que é o presidente do comité do Senado para as questões relacionadas com a banca, é um verdadeiro lame duck, pois já anunciou a sua retirada em 2010 e esteve, recentemente, envolvido na polémica dos bónus concedidos pela gigante AIG aos seus administradores, depois desta ter recebido o bailout federal.
Além da questão Dodd, outro problema pode ser a rápida aproximação das eleições intercalares de Novembro, que tendem a ter um efeito de bloqueio em qualquer legislação mais relevante, dado que os senadores e representantes que vão a votos preferem não ter de tomar uma posição em questões mais fracturantes. Veremos, então, quem se sai melhor desta disputa. Se a Casa Branca e o Congresso, ambos dominados pelos democratas, ou se os ditos "fat cats" de Wall Street.
Creio que, nós europeus, habituados ao nosso Estado Social, temos de elogiar a coragem política demonstrada por Obama na reforma da saúde. Todavia, faltou-lhe habilidade politica para negociar com o GOP e com os membros da ala direita do Partido Democrata. Será que a terá para a reforma financeira?
ResponderEliminarOlá, João. Precisava do seu mail. Aqui vai o meu: germano.almeida@gmail.com
ResponderEliminarUm abraço, continuação de bom trabalho
Germano Almeida