Na sequência dos atentados terroristas do 11 de Setembro, George W. Bush moldou uma resposta americana forte e clara. No auge do sentimento de revolta e sede de vingança, após as mortes de 3 mil pessoas, vítimas do infame ataque no coração da América, Bush estabeleceu aquilo que ficaria conhecido como a "Doutrina Bush".
Esta doutrina defendia a legitimidade de uma guerra preventiva que evitasse futuros ataques ao território americano, como se veria no Iraque, além de outras medidas polémicas como o "Patriot Act", a utilização de torturas como o "water boarding", no interrogatório de terroristas, ou a criação da prisão de Guantanamo.
Bush fez da "war on terror" a sua principal prioridade, mas Obama parece mais preocupado com a questão da proliferação nuclear, temendo que um grupo terrorista consiga, com o recurso a esse tipo de armas, criar a sua própria Hiroshima. Foi nesse sentido que assinou o novo tratado START com a Rússia, com vista à redução dos arsenais nucleares dos dois países e que agora organiza a cimeira nuclear, onde participam 47 países.
No fundo, Bush e Obama têm duas visões opostas do mundo, das ameaças à segurança americana e do modo de melhor combater essas ameaças. Enquanto o anterior presidente apostou na guerra directa e global ao terrorismo, como uma batalha justa e necessária para manter a segurança e o modo de vida americano e evitar futuros ataques terroristas, o actual defende que a melhor forma de lidar com o terrorismo é encará-lo como um acto criminoso e um caso de polícia, evitando o escalar de violência que resulta de um conflito armado directo e mantendo as liberdades civis e os valores democráticos. Dentro desta óptica, enquadram-se o fim da denominação de "war on terror", quando se refere às guerras no Iraque e no Afeganistão, e também a intenção de julgar os suspeitos do 11 de Setembro em tribunais civis.
Esta abordagem de Obama, mais dialogante e flexível do que a de "connosco ou contra nós" de Bush e menos agressiva do que a do "Eixo do Mal" do 43º presidente pode, contudo, ser encarada como um sinal de fraqueza da actual administração. No fim, serão a história e os resultados a classificarem estas duas doutrinas: a de Obama e a de Bush.
Essa teoria é, efectivamente, verdadeira. No entanto, não se poderá ignorar o facto de Obama não ter sofrido nenhum ataque em território americano no exercício das suas funções presidenciais. As duas frentes de guerra desencadeadas por Bush foram, com toda a certeza, apoiadas por grande parte da população, num natural ressentimento contra o fundamentalismo islâmico.
ResponderEliminarSem dúvida. Aliás, na sequência do 11 de Setembro, George Bush conseguiu "approval ratings" nunca antes atingidos por um presidente americano.
ResponderEliminarMas também é preciso não esquecer que um dos principais objectivos da guerra no Afeganistão - a captura de Bin Laden - não foi conseguido e que a invasão do Iraque foi "vendida" ao público americano e ao mundo com base em pressupostos falsos.
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De facto, são abordagens diferentes, no que a questões de segurança diz respeito. Porém, desde que é presidente, Obama ainda não teve situações de "verdadeiro perigo" para a segurança nacional, pelo menos ao nível daquilo que foi o 11 de Setembro...
ResponderEliminarNo entanto, não duvido que a resposta a uma situação do género, sob o comando de Obama, seria bem diferente daquela que foi a resposta de Bush e da sua administração. Os ideais são diferentes, as políticas são diferentes, eles são diferentes... De qualquer forma, e para o bem e paz mundial, espero que não tenhamos de ver para confirmar...