O Governador da Virgínia, Bob McDonnell, lançou uma nova polémica no já de si agitado mundo político norte-americano ao anunciar que Abril será o Confederate History Month.
Esta comemoração, que acontece em alguns Estados do Sul, com o objectivo de recordar e honrar a história da Confederação não sucedia no Estado da Virgínia desde 2000, já que os dois últimos governadores, ambos democratas, tinham abandonado essa prática. McDonnel, que fez campanha e venceu identificando-se como um político moderado, recebe agora várias críticas da Esquerda e de associações afro-americanas e de defesas dos direitos civis. Mas, ao mesmo tempo, esta posição pode fortalecer a sua posição junto do eleitorado mais conservador.
Recorde-se que a Confederação consistiu numa aliança de onze Estados do Sul que, à revelia do governo federal de Washington, declarou a sua secessão dos Estados Unidos da América, o que provocou a Guerra Civil Americana (1861-65). Uma das principais razões para essa ruptura foi a questão da escravatura, que opunha os esclavagistas do Sul aos abolicionistas do Norte, liderados por Abraham Lincoln.
A meu ver, esta proclamação do governador do Estado que deu à América e ao mundo figuras como George Washington e Thomas Jefferson não é a mais correcta. Não digo isto porque considere que o passado deva ser escondido ou disfarçado, até porque a história de uma nação não é feita apenas de acontecimentos positivos e dignos de orgulho. E mais: a morte e os sacrifícios de milhares de sulistas durante a Guerra Civil deve ser honrada. Porém, parece-me errado fazer uma comemoração selectiva da história da Confederação como sugere o facto da proclamação de McDonnel, ao contrário da do seu último antecessor que celebrou o Confederate History Month, não fazer nenhuma referência à escravatura, que, como disse Lloyd Garrison, foi o "pecado nacional" americano.
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