O vice-presidente Joe Biden está em Israel para uma visita de cinco dias, a primeira de uma alta figura americana desde que a nova administração, liderada por Barack Obama, tomou posse.
Esta viagem vice-presidencial pode servir vários propósitos. Em primeiro lugar, será importante para relançar a aliança israelo-americana, acalmando algumas críticas que têm surgido em relação ao aparente esfriar de relações entre os dois países.
Depois, os americanos parecem interessados em voltar a chamar as atenções para a questão do Médio Oriente, um tema recorrente, mas de quase impossível resolução. O objectivo não será o de partir já para um novo processo de paz, mas sim reatar, progressivamente, as negociações entre as duas partes. Esta viagem marca, então, o regresso deste tema à agenda principal da política externa de Obama, depois de um certo período de tempo em que esteve numa espécie de estado de hibernação.
E, por fim, há também as inevitáveis razões políticas: em ano de eleições, o Partido Democrata não pode dar-se ao luxo de descurar as preocupações da comunidade judaica nos Estados Unidos, um grupo muito importante para as contas eleitorais, especialmente em Estados-chave, como a Florida.
São muitas e boas razões para a viagem de Biden se revestir de uma importância acrescida e até para relançar a imagem do vice-presidente, que, ultimamente, tem andado afastado dos grandes palcos. Ficam vistos os fundamentos para esta jornada diplomática, ficando a faltar conhecer os resultados que serão (ou não) conseguidos.
Hum. Ao que parece, Biben foi completamente humilhado por Nethanyahu na questão dos colonatos. Aliás, a relação do governo de Israel com a administração Obama está a revelar-se mais do que espinhosa, roçando já o escândalo. Seria interessante fazer um post sobre isso.
ResponderEliminarAs coisas mudaram com o anúncio israelita da construção de mais 1600 colonatos a leste de Jerusalém. Curiosa decisão a de Israel em fazer coincidir esta divulgação com a visita de Biden. Pode ser uma provocação de Nethanyahu, ou uma forma de demonstrar força, de modo a melhorar a sua posição em futuras negociações. De qualquer forma, não me parece muito bom prenúncio para a evolução do processo de paz no Médio Oriente.
ResponderEliminarHá já uma longa história entre Nethanyahu e Obama. O Sullivan tem seguido os vários incidentes com bastante atenção, o que até já lhe tem valido alguns dissabores.
ResponderEliminarQuanto ao processo de paz, está neste momento morto e enterrado. Resta saber se será capaz de renascer, mas dou razão ao Sullivan quando diz que Israel está numa fase estranha. Ainda vamos ter muitas surpresas.
Nota: não tenho comentado muito, mas tenho seguido o blog com atenção. Bom trabalho (e eu sei que dá trabalho...)
Obrigado Vega9000. De facto dá muito trabalho, mas quem corre por gosto não cansa :)
ResponderEliminarSobre este assunto, escrevi também aqui: http://estadoaquechegamos.blogspot.com/2010/03/sem-fim-vista.html
Um abraço.