terça-feira, 2 de março de 2010

Rahm Emanuel debaixo de fogo

Uma figura que para os menos atentos pode passar praticamente despercebida, mas que é, sem dúvida alguma, uma das personagens principais da política americana é Rahm Emanuel, o Chief of Staff da Casa Branca. Esta posição é traduzida para português como chefe de gabinete, mas acarreta um peso, importância e responsabilidade muito maiores do outro lado do Atlântico do que por cá. O Chief of Staff é membro do Cabinet do Presidente e, dependendo do portfolio que lhe é atribuído, pode ser uma espécie de co-presidente ou mesmo de primeiro-ministro.
A seu cargo estão diversas tarefas, como controlar o acesso ao presidente, escolher e estruturar a equipa de apoio ao chefe de Estado e pôr em prática a sua agenda política, nomeadamente a de teor legislativo. Como se trata de um trabalho extremamente cansativo e desgastante, o mais comum é haver mais que um Chief of Staff em cada mandato presidencial.

Rahm Emanuel está com Obama desde o início do mandato deste, mas é bem possível que não consiga chegar até 2012 na Ala Oeste da Casa Branca. Isto porque o seu trabalho à frente dos destinos da Administração tem sido alvo de vários ataques, tanto à Esquerda como à Direita. Enquanto os conservadores o acusam de ser um dos principais responsáveis pela forma partidária como Obama tem assumido o leme da nação americana, os liberais vêm-nos como o culpado pela alegada falta de ambição e determinação do presidente em seguir o caminho anunciado durante a campanha.

Agora, após algumas peças jornalísticas que elogiam Rahm Emanuel e afirmam ser ele a voz moderada e realista na Casa Branca (ao contrário de outros homens do presidente como Axelrod e Gibbs), surgem suspeitas que tenha sido o próprio a falar com a imprensa e a fazer um auto louvor ao seu trabalho. Contudo, Emanuel sempre foi próximo dos jornalistas, o que poderá explicar algum do crédito que possui junto deles. Além disso, Rahm Emanuel - veterano da Administração Clinton, ex-congressista e chairman do DCCC - é um político experiente e não o vejo a fazer uma acção de auto-promoção que lhe poderia sair, muito facilmente, pela culatra.

O que é certo é que o homem forte de Obama necessita de melhorar a sua imagem pública, pois só assim poderá conseguirá servir, mais efectivamente, o Presidente dos Estados Unidos.

2 comentários:

  1. Texto interessante, como sempre. Não sei se já viu, fiz um post no CB sobre este blogue.

    http://casabranca2008.blogspot.com/2010/02/sugestao-casa-branca-maquina-politica.html

    Um abraço.
    Germano Almeida
    Casa Branca

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  2. Caro Germano Almeida,

    Realmente não tinha reparado, não sei como é que me escapou. Agradeço a simpática referência, que muito me honra.

    Um abraço.

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