sexta-feira, 19 de março de 2010

216

A Câmara dos Representantes deve votar este Domingo a proposta de lei sobre a reforma do serviço de saúde dos Estados Unidos. Para ser aprovada, a reforma necessita de 216 votos "yea".
De forma a atingir este número mágico, a liderança democrata tem estado envolvida numa grande operação de persuasão dos membros das suas fileiras que estão indecisos ou pensam votar contra. Convém lembrar que, em Novembro do ano passado, a votação da proposta da House passou à tangente com 220 votos favoráveis e 215 votos contra e que, na altura, 39 democratas votaram negativamente. A maioria desses votos "nay" vieram de distritos conservadores e em que os seus representantes democratas têm uma luta pela reeleição muito complicada. Isso explica, em grande parte, a relutância destes congressistas em apoiarem uma legislação que entre o seu eleitorado é muito impopular.
O Presidente Barack Obama está directamente empenhado em obter os votos decisivos, tendo, nos últimos dias, contactado vários congressistas indecisos para os convencer a votarem a favor do seu plano de saúde. Obama joga aqui todo o capital político que ainda lhe resta, pois o falhanço desta reforma pode marcar todo o seu mandato, depois do presidente a ter escolhido como prioridade número um.
Também Nancy Pelosi, a speaker da Câmara dos Representantes, vê nesta decisão um momento fulcral para o seu futuro político. Caso consiga reunir o número de congressistas necessário para a aprovação do diploma, Pelosi fica para a história como uma das mais poderosas e efectivas speakers de sempre. Caso contrário, a primeira mulher a ocupar este cargo deixa a sua imagem associada a uma derrota estrondosa numa matéria crucial, mesmo contando com uma esmagadora maioria democrata.
Neste momento, os democratas parecem estar a ganhar algum ímpeto e a conseguir alguns votos importantes, como o ultra liberal Dennis Kucinich, que votou "não" em Novembro por considerar esta proposta insuficientemente progressista, mas que já anunciou ir votar favoravelmente desta vez. Porém, o cenário ainda está demasiadamente incerto para ser possível adivinhar um desfecho.

1 comentário:

  1. Obama está a jogar o capital político, mas se passar - o que parece cada vez mais provável . o payoff é gigantesco. É uma boa aposta, e o homem tem nervos de aço.
    Quanto a Pelosi, este título diz tudo:
    http://www.politico.com/livepulse/0310/Pelosi_I_never_stop_whipping.html#

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