Até ver, ainda não houve nenhuma surpresa de Outubro e a campanha eleitoral tem decorrido dentro da normalidade, sempre que nada de muito inesperado altere totalmente a mensagem de qualquer uma das candidaturas à Casa Branca. Contudo, a poucos dias da noite de todas as decisões, o furacão Sandy veio colocar em sobressalto a Costa Leste dos Estados Unidos, com milhões de cidadãos norte-americanos a temerem as consequências de um desastre natural destruidor.
Com populações deslocadas ou abrigadas nas suas casas ou em abrigos comunitários, não existem, naturalmente, condições para a realização de eventos de campanha nas zonas mais afectadas e, com os candidatos a quererem evitar a imagem de festas partidárias ao mesmo tempo que cidadãos americanos estão a passar por dificuldades, serão muito poucas as acções de campanha em outras zonas, como na Florida ou no Midwest.
Assim, podemos esperar, nos próximos dois ou três dias, uma espécie de suspensão da campanha. Para Barack Obama é tempo de regressar à Casa Branca e daí seguir os acontecimentos e tomar as medidas necessárias para responder a eventuais problemas. Já Mitt Romney terá mais dificuldades em "aparecer" durante este período, já que não possui qualquer cargo de governação e se for demasiado interventivo corre o risco de ser acusado de estar a tentar retirar dividendos políticos de uma crise.
Não se pense, porém, que o Sandy foi uma dádiva para a campanha democrata. É certo que se a Administração Obama não cometer erros na gestão da crise e se o Sandy não provocar danos catastróficos, então o Presidente pode sair bem na fotografia, reforçando o seu papel de Commander-in-Chief. Contudo, caso o furacão provoque estragos de monta e surjam muitas críticas à resposta federal, o mais certo é que o Sandy se torne no último grande evento com que Obama terá de lidar enquanto Presidente dos Estados Unidos. Por isso, até pode muito bem acontecer que o Sandy seja a surpresa de Outubro da corrida de 2012.
Sem comentários:
Enviar um comentário