O desastre ambiental causado pela mancha de crude que resultou do derrame na plataforma petrolífera da BP no Golfo do México, teve, como não podia deixar de ser, fortes repercussões políticas nos Estados Unidos.
Em primeiro lugar, esta tragédia ocorreu pouco depois de o presidente Barack Obama ter anunciado a sua decisão de permitir a exploração petrolífera em zonas costeiras até aí interditas. Esta medida, criticada pelos ambientalistas e pela ala mais liberal dos democratas, tinha como objectivo reduzir a dependência americana do petróleo proveniente do exterior, mas era, também, uma forma de agradar aos republicanos, serenando os ânimos, depois da dura batalha travada pela reforma da saúde. Porém, depois do sucedido na plataforma da BP, o debate sobre a segurança desta exploração petrolífera no mar voltou às primeiras páginas dos jornais. Em segundo lugar, a administração Obama foi muito criticada pelos seus adversários políticos, pela alegada tardia, fraca e inadequada resposta ao desastre.
Se estas discussões são perfeitamente legítimas, o mesmo já não se pode dizer de algumas acusações que foram lançadas ao presidente americano. Primeiro, foi sugerido que Obama permitiu o avolumar da dimensão da tragédia de forma a que pudesse voltar atrás nessa decisão de explorar a costa americana. Este ataque, que nem merece comentários, é tão condenável como aqueles que acusam Bush de ter permitido ou causado os atentados do 11 de Setembro. Depois, a comparação da reacção da administração de Obama com a resposta totalmente falhada da administração anterior à destruição de New Orleans pelo furacão Katrina parece-me injusta e infundada. As responsabilidades que podem ser atribuídas às autoridades federais nesta situação prendem-se mais com as suas falhas na regulamentação e fiscalização das medidas de segurança na plataforma que se afundou do que com a sua resposta ao sucedido.
No fundo, esta radicalização do discurso e os ataques pessoais e graves que são feitos - tanto de um lado, como do outro, diga-se - apenas resultam na escalada da polarização política da sociedade americana e na perda de qualidade e substância da discussão política do país. E isso não favorece ninguém.
Se estas discussões são perfeitamente legítimas, o mesmo já não se pode dizer de algumas acusações que foram lançadas ao presidente americano. Primeiro, foi sugerido que Obama permitiu o avolumar da dimensão da tragédia de forma a que pudesse voltar atrás nessa decisão de explorar a costa americana. Este ataque, que nem merece comentários, é tão condenável como aqueles que acusam Bush de ter permitido ou causado os atentados do 11 de Setembro. Depois, a comparação da reacção da administração de Obama com a resposta totalmente falhada da administração anterior à destruição de New Orleans pelo furacão Katrina parece-me injusta e infundada. As responsabilidades que podem ser atribuídas às autoridades federais nesta situação prendem-se mais com as suas falhas na regulamentação e fiscalização das medidas de segurança na plataforma que se afundou do que com a sua resposta ao sucedido.
No fundo, esta radicalização do discurso e os ataques pessoais e graves que são feitos - tanto de um lado, como do outro, diga-se - apenas resultam na escalada da polarização política da sociedade americana e na perda de qualidade e substância da discussão política do país. E isso não favorece ninguém.
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