Tradicionalmente, a temporada das eleições presidenciais norte-americanas têm o seu pontapé de saída no primeiro trimestre do ano anterior ao ano eleitoral. Dessa forma, seria de esperar que dentro de pouco tempo fossem iniciadas as hostilidades, com os primeiros lançamentos oficiais de candidaturas. Contudo, este ciclo eleitoral promete ser bastante diferente, principalmente por causa de um factor: Sarah Palin.
Com o seu reconhecimento nacional praticamente a 100%, o seu programa na Fox News e, agora, o seu reality show, Palin, se desejar mesmo tentar a sua sorte rumo à Casa Branca (e os sinais nesse sentido são cada vez mais intensos), não precisa de lançar uma campanha presidencial "normal", onde teria de cumprir os passos comuns para qualquer outro candidato. Assim, pode esperar até mais tarde para entrar na corrida, porventura mesmo apenas no Outono de 2011, com a certeza que a simples especulação em torno da sua eventual candidatura será suficiente para a deixar na berlinda. E, quando, finalmente, anunciar a sua decisão de disputar a nomeação do GOP, poderá ganhar um momentum tal que a coloque numa posição favorável face aos seus adversários.
De facto, a antiga Governadora do Alasca é muito bem capaz de representar uma espécie de buraco negro no contexto das primárias republicanas, sugando toda a atenção mediática, reduzindo os seus concorrentes a meros also runs, mesmo que, entre eles, se encontrem alguns pesos pesados, como Mitt Romney ou Newt Gingrich. Além disso, os adversários de Sarah Palin serão, muito provavelmente, relegados para uma posição defensiva, obrigados a reagir às acções da running mate de John McCain. E esse fenómeno poderá ser observado logo com o adiamento dos anúncios de candidaturas, com os concorrentes a esperarem para ver o que faz Palin. É, por isso, muito provável que a campanha para as primárias do Partido Republicano comece mais tarde do que seria normal num cenário Palin-free.
Porém, apesar de ser indiscutível que o furacão Sarah Palin será o grande centro de atenção das próximas eleições presidenciais, isso não quer dizer que a Mamma Grizzly seja, inevitavelmente, a nomeada republicana. Se é verdade que as eleições de 2010 trouxeram uma nova grande vaga conservadora, com os Tea Party a serem, em grande parte, responsáveis pela onda de entusiasmo do eleitorado de Direita, também não se pode esquecer que os eleitores americanos rejeitaram muitos dos candidatos mais radicais e que mostraram estar pouco preparados para subir ao grande palco político americano. Além disso, o Partido Republicano tem a tradição de nomear os candidatos mais fortes e melhor posicionados para disputarem a eleição geral, algo que Palin está muito longe de ser. De qualquer forma, uma contenda entre Barack Obama e Sarah Palin seria, sem sombra de dúvidas, uma corrida histórica e electrizante!
João, Sarah Palin não tem um programa na Fox - é, sim, colaboradora/comentadora em vários programas do canal, em especial os de Bill O'Reilly e de Sean Hannity.
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