Se nas eleições para a Câmara dos Representantes a vitória republicana foi em toda a linha, no Senado os democratas aguentaram-se melhor. Faltando ainda encontrar os vencedores em três corridas, o Partido Democrata tem já garantidos 51 senadores, o que lhes garante a maioria. Além disso, nas três eleições - Colorado, Washington e Alasca - ainda indefinidas têm boas hipóteses de vencer nas duas primeiras, dado que grande parte dos votos por contar nestes estados são referentes a distritos tendencialmente democratas. No Alasca, Lisa Murkowski leva vantagem sobre Joe Miller. Este resultado, porém, não terá qualquer influência no elenco do Senado, já que qualquer um dos dois, uma vez no Senado, sentar-se-á na bancada republicana.
Ao início da noite, os democratas chegaram a estar bem colocados para vencer no Illinois e na Pennsylvania. Contudo, a contagem final viria a traduzir-se numa vitória dos candidatos republicanos, ainda que por uma margem apertada. No Illinois estava em jogo o antigo lugar de Obama, que agora passará a ser ocupado pelo republicano Mark Kirk, ainda assim um dos candidatos mais moderados apresentados pelo GOP neste ciclo eleitoral. Por seu lado, Pat Toomey, que venceu na Pennsylvania, é consideravelmente mais conservador do que é tradicional num senador eleito por este estado. Teve, porém, de enfrentar uma dura batalha pela vitória, visto que o democrata Joe Sestak provou ser um candidato de muito valor, lutando praticamente até ao último voto.
A melhor notícia da noite de ontem para os democratas veio do Nevada, onde Harry Reid bateu a candidata tea partier, Sharron Angle. Apesar de as últimas sondagens apontarem para uma vitória da republicana, a verdade é que Reid conseguiu ser eleito para um novo mandato. Esta corrida estava carregada de simbolismo, dado que estava em jogo a reeleição do líder da maioria no Senado. Contudo, não é certo que Reid mantenha o seu cargo de liderança, mesmo com esta vitória importante.
Em conclusão, os democratas não tiveram tão maus resultados nas eleições para o Senado como nas que diziam respeito à Câmara dos Representantes. Este fenómeno pode ser explicado por várias razões, mas é preciso lembrar que, em primeiro lugar, isso aconteceu porque, enquanto foi a votos a totalidade da House, no caso do Senado apenas houve eleições para pouco mais de um terço da câmara. Depois, as eleições para o Senado costumam ser acompanhadas mais de perto pelos eleitores, que olham atentamente para os candidatos e fazem uma decisão mais ponderada. Já nas eleições para a Câmara dos Representantes, o factor "partido" tem mais importância e, dessa forma, o voto de "castigo" aos democratas pode ter sido sentido de forma mais premente.
De qualquer forma, e mesmo que os candidatos democratas vençam no Colorado e em Washington - esses resultados podem ainda demorar vários dias a ser conhecidos - não se poderá dizer nunca que se tratou de uma vitória democrata. Na melhor das hipóteses, o Partido Democrata ficou sem seis assentos no Senado, o que é sempre uma perda significativa. Mas, pelo menos, os democratas conseguiram controlar os danos, evitando a hecatombe que se chegou a pensar ir acontecer.
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