quarta-feira, 2 de junho de 2010

Obama vive tempos difíceis

Os últimos dias não têm sido propriamente os mais positivos para a administração Obama, que se vê a braços com diversas crises de diferentes características, desde as políticas, até às militares, passando pelas ambientais e pelas estatísticas.

O desastre ambiental no Golfo do México continua a fazer correr muito crude, mas também muita tinta, com a resposta do governo federal a ser alvo de várias críticas. Porém, a administração Obama parece já ter percebido que este tema pode trazer sérias repercussões para a imagem do presidente e, agora, a sua postura em relação à mancha de crude, originada pelo acidente na plataforma petrolífera da BP, tornou-se bem mais enérgica e com maior visibilidade.

Também o caso Joe Sestak continua a dar que falar e a embaraçar a Casa Branca. A divulgação de ter sido Bill Clinton a oferecer um cargo na administração ao congressista da Pennsylvania, em troca da sua desistência na corrida frente a Arlen Specter, e de esse mesmo cargo ser não remunerado, arrefeceu um pouco os ânimos, mas, mesmo assim, não afastou completamente a polémica e a imagem de um comportamento menos ético por parte da liderança democrata.

Na Segunda-feira, surgiu uma crise internacional que trouxe mais uma preocupação para a Casa Branca de Obama e para o Departamento de Estado de Hillary. O ataque israelita a um navio de ajuda humanitária que procurava aceder a Gaza provocou ainda mais complicações nas já conturbadas relações entre os EUA e Israel, provocando o cancelamento de um encontro entre Obama e Netanyahu. Além disso, existem também repercussões internas deste incidente, pois os americanos dividem-se entre o apoio ao seu aliado histórico e a necessidade de condenar a acção israelita.

Todos estes problemas e situações menos positivas para a administração Obama reflectem-se nos números das sondagens, que mostram uma tendência para a descida na taxa de aprovação do trabalho de Obama e, mais importante ainda, uma substancial vantagem do GOP nas intenções de voto para as intercalares de Novembro. Até lá, ainda muito pode acontecer, mas a verdade é que o cenário não parece muito risonho para o presidente americano e para os democratas.

2 comentários:

  1. O caso Joe Sestak, que confesso não estar a acompanhar com a devida atenção, tem Rahm Emanuel escarrapachado por todo o lado, na minha modesta opinião, mas não creio que se torne sério. É típico dele.
    Já o caso Israel é mais grave. Como li algures, obama têm três hipóteses
    - Condena Israel, e provoca a ira de todo o sistema político americano.
    - Não condena Israel, e lá se vai a influência que já conquistou no mundo árabe.
    - Não condena nem deixa de condenar, varre o assunto para debaixo do tapete, e provoca a ira de todos.

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  2. Exacto, é, como estive para dizer no post, um exemplo típico de uma "lose lose situation".

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