A poucos dias de completar um ano e meio na Casa Branca, Barack Obama já teve, neste curto espaço de tempo, vários desafios à sua capacidade de liderar a maior potência mundial. Uma crise económica, duas guerras longínquas, a reforma da saúde e duas nomeações para o Supremo Tribunal, entre outras situações, fazem deste início de mandato um dos mais activos e atribulados da história presidencial americana. Porém, o desastre ambiental do Golfo do México parece querer assumir-se como o maior teste a Obama e à sua presidência.
Obama é um presidente sem experiência executiva - o seu passado político foi apenas em órgãos legislativos: no Senado do Illinois e no Senado americano - o que não tem sido habitual, visto que os norte-americanos têm eleito, nas últimas décadas, políticos que tenham passado por cargos executivos, como a vice-presidência ou governos estaduais. Dessa forma, a sua actuação em crises como a do derrame de crude no Golfo do México é ainda mais atentamente seguida e dissecada ao pormenor pelos media e pelos cidadãos americanos.
A resposta da sua administração à tragédia ambiental em curso começou por ser pouco visível, pelo menos aos olhos da população. Nestas situações, o público precisa de ver o seu presidente em acção para ter a certeza que o líder da nação está empenhado e decidido a resolver o problema. Foi essa a grande falha de Obama, nos primeiros dias da crise. Quando se percebeu do seu erro, mudou de estratégia e apareceu mais envolvido e mais activo na situação. Dirigiu-se por três vezes à costa americana afectada pela mancha de crude, criticou furiosamente a BP, responsável pela plataforma que provocou o derrame e reconheceu falhas federais na fiscalização.
Crises como estas podem acabar com uma presidência, como o provam acontecimentos do passado: Jimmy Carter "queimou-se" de tal maneira com a crise dos reféns no Irão que não conseguiu a reeleição para um segundo mandato; mais recentemente, na sequência da resposta federal à tragédia do Katrina, George W. Bush viu a sua presidência praticamente terminar, perdendo o pouco capital político que ainda tinha e entregando, um ano depois, o Congresso aos democratas. A propósito, uma sondagem recente, indicou que os americanos estão ainda mais insatisfeitos com a resposta do governo federal a esta crise do que à do Katrina, o que representa mais uma má notícia para Obama.
Assim, o presidente americano terá de se esforçar por alterar a narrativa e passar a sua própria mensagem aos americanos. Se conseguir, poderá sair desta situação delicada contendo os danos e mantendo a imagem de um presidente capaz. Caso contrário, poderá ter neste derrame de crude o seu Katrina ou os seus reféns do Irão.
Obama é um presidente sem experiência executiva - o seu passado político foi apenas em órgãos legislativos: no Senado do Illinois e no Senado americano - o que não tem sido habitual, visto que os norte-americanos têm eleito, nas últimas décadas, políticos que tenham passado por cargos executivos, como a vice-presidência ou governos estaduais. Dessa forma, a sua actuação em crises como a do derrame de crude no Golfo do México é ainda mais atentamente seguida e dissecada ao pormenor pelos media e pelos cidadãos americanos.
A resposta da sua administração à tragédia ambiental em curso começou por ser pouco visível, pelo menos aos olhos da população. Nestas situações, o público precisa de ver o seu presidente em acção para ter a certeza que o líder da nação está empenhado e decidido a resolver o problema. Foi essa a grande falha de Obama, nos primeiros dias da crise. Quando se percebeu do seu erro, mudou de estratégia e apareceu mais envolvido e mais activo na situação. Dirigiu-se por três vezes à costa americana afectada pela mancha de crude, criticou furiosamente a BP, responsável pela plataforma que provocou o derrame e reconheceu falhas federais na fiscalização.
Crises como estas podem acabar com uma presidência, como o provam acontecimentos do passado: Jimmy Carter "queimou-se" de tal maneira com a crise dos reféns no Irão que não conseguiu a reeleição para um segundo mandato; mais recentemente, na sequência da resposta federal à tragédia do Katrina, George W. Bush viu a sua presidência praticamente terminar, perdendo o pouco capital político que ainda tinha e entregando, um ano depois, o Congresso aos democratas. A propósito, uma sondagem recente, indicou que os americanos estão ainda mais insatisfeitos com a resposta do governo federal a esta crise do que à do Katrina, o que representa mais uma má notícia para Obama.
Assim, o presidente americano terá de se esforçar por alterar a narrativa e passar a sua própria mensagem aos americanos. Se conseguir, poderá sair desta situação delicada contendo os danos e mantendo a imagem de um presidente capaz. Caso contrário, poderá ter neste derrame de crude o seu Katrina ou os seus reféns do Irão.
Por falar em Jimmy Carter, não sei se teve oportunidade de ler o fabuloso artigo da Atlantic sobre a tentativa falhada de salvamento dos reféns, que acabou por condenar a presidência deste:
ResponderEliminarhttp://www.theatlantic.com/magazine/archive/2006/05/the-desert-one-debacle/4803
Obrigado pela sugestão. É um artigo longo, mas, sem dúvida, muito interessante.
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