Joe Biden não foi um nome consensual quando Barack Obama o escolheu para seu running mate na corrida para a Casa Branca em 2008. Na altura, muitos consideraram que ter Biden como VP minava a mensagem de esperança e mudança que a campanha de Obama apregoava. Contudo, a necessidade de sossegar o eleitorado preocupado com a falta de credenciais de Obama nas matérias de relações externas e de atrair os blue collar workers, que nas primárias democratas tinham preferido Hillary Clinton, levaram o futuro presidente a optar por Joe Biden.
Mas a vice-presidência do antigo senador pelo Estado de Delaware não tem sido propriamente famosa. Ainda recentemente, uma sua visita a um dos Estados mais afectados pelo derrame de crude e um dos mais importantes battlegrounds na política americana, a Florida, foi um autêntico desastre. Consequentemente, já algumas vozes se começam a ouvir em defesa de uma mudança no ticket democrata para 2012. A última é a do antigo governador da Virgínia e o primeiro governador afro-americano eleito da história dos Estados Unidos, L. Douglas Wilder, que, num artigo de opinião publicado no Politico, aconselha Obama a trocar Joe Biden por Hillary Clinton na vice-presidência de um seu eventual segundo mandato.
Tal cenário parece-me pouco provável de vir a suceder. Primeiro, porque forçar Biden a abdicar do seu cargo será sempre bastante complicado, a menos que algo de anormal aconteça. O passado já provou que o actual VP é um homem de ideias próprias e que por vezes tem dificuldades em ser um bom jogador de equipa. Depois, porque a troca em causa transmitiria a impressão de uma mera jogada político-eleitoral que poderia manchar ainda mais a imagem do presidente.
Por outro lado, a vice-presidência poderia ser um grande catalisador para a candidatura de Hillary Clinton à presidência americana em 2016. Sendo pouco provável que a esposa de Bill Clinton continue no Departamento de Estado por mais um mandato, esta seria uma excelente oportunidade para Hillary se manter no centro do poder político americano e continuar a elevar o seu perfil mediático. Apesar de em Novembro de 2016 a actual Secretária de Estado norte-americana contar já com 69 anos, é bem possível que Hillary tente novamente cumprir o seu grande sonho de ser a primeira mulher presidente americana. Caso contrário, poderá ser a filha do casal mais poderoso do mundo, Chelsea Clinton, a herdar esse objectivo.
Interessante. E se Palin concorrer, uma grande jogada política.
ResponderEliminarSe Palin concorrer, acho que até com Dennis Kucinich no ticket Obama vence a eleição.. :)
ResponderEliminarEu gostava mesmo era de ver a Hillary como presidente :-)
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