Um dos principais problemas que se coloca aos democratas para as eleições intercalares de Novembro é a falta de motivação do seu eleitorado, especialmente quando comparado com a grande onda de entusiasmo e mobilização do outro lado da barricada.
Todas as sondagens indicam que são os eleitores republicanos que se encontram mais entusiasmados com as eleições que se aproximam e isso reflecte-se na percentagem daqueles que dizem que irão definitivamente votar no dia 2 de Novembro. Já o eleitorado democrata está menos motivado para o voto, o que se poderá traduzir numa maior taxa de abstenção entre os votantes mais liberais, especialmente quando não existe um nome altamente mobilizador no boletim de voto, como Barack Obama.
O Partido Republicano tem sabido motivar o seu eleitorado, mas o maior mérito nesta matéria tem que ir para grupos como o Tea Party que, recorrendo a temas queridos para os sectores mais conservadores da sociedade americana, como o tamanho excessivo do governo, a defesa dos valores tradicionais, ou o segurança nacional, têm agregado um grande número de simpatizantes. Assim, é de esperar que este entusiasmo se traduza num grande número de eleitores conservadores quando foram chamados a votar, daqui a pouco mais de dois meses.
Por seu lado, os democratas estão com grandes problemas em motivar os seus apoiantes e este dado é particularmente preocupante em ano de eleições intercalares, com uma abstenção normalmente superior à de anos de eleições presidenciais, especialmente entre os eleitores afro-americanos, que votam, em larguíssima maioria, no Partido Democrata. Para contrariar este desânimo entre as suas hostes, os democratas têm de deixar a defensiva e passar a jogar ao ataque. E até têm algumas armas na mão. Contam com uma grande vantagem a nível financeiro, podem e devem aproveitar-se de algumas escolhas de candidatos por parte dos republicanos, como Sharron Angle no Nevada, ou Rand Paul no Kentucky e têm de se esforçar mais para "vender" com sucesso a obra feita na primeira metade do mandato de Obama: a reforma da saúde e do sector financeiro, o suster da crise económica, a retirada do Iraque, o novo acordo START, etc.
Não parece, então, que faltem bandeiras aos democratas para usar na campanha eleitoral. Mas, pelo menos para já, a verdade é que estão a perder a batalha da mensagem para os republicanos. E, a manter-se este panorama até as midterms, é provável que o entusiasmo republicano, conjugado com a falta de motivação democrata, resulte numa estrondosa vitória para o partido que, desde 2006, praticamente só conhece o sabor da derrota.
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