A minha cadência de "posts" aqui, no Máquina Política, já teve melhores dias. Contudo, o volume de trabalho e o fim do semestre têm-me impedido de escrever com a regularidade que gostaria. Por isso, nos últimos dias, tenho deixado passar alguns temas que estão a marcar a agenda mediática norte-americana sem a devida referência. Dois deles, em especial, merecem a minha análise.
Em primeiro lugar, importa destacar as novidades relativas à campanha presidencial, onde o campo de candidatos republicanos se encontra cada vez mais definido. No passado Domingo, Mitch Daniels surpreendeu ao anunciar que não irá tentar obter a nomeação pelo GOP, devido ao "veto familiar" que o impediu de cumprir aquele que era o seu intento, ou seja, tentar chegar à Casa Branca.
Com o Governador do Indiana fora da corrida, o establishment do Partido Republicano tem ainda menos por onde escolher. Assim, os principais beneficiados serão Tim Pawlenty, Mitt Romney e John Huntsman, todos ex-governadores e com os melhores contactos no seio do partido. Não será surpresa, porém, se nos próximos dias observarmos uma renovada pressão por parte das maiores figuras do Partido Republicano sobre nomes como Chris Christie ou Jeb Bush no sentido de os convencer a concorrerem, na medida em que a opinião geral é que, tal como está, o leque de candidatos republicanos é demasiado fraco.
Também o discurso de Barack Obama sobre o Médio Oriente tem dado muito que falar, em particular a sua defesa de uma solução de dois Estados, segundo as fronteiras de 1967, o que originou imediatas críticas da administração israelita, que, alegando que tal medida colocaria em causa a segurança do território israelita, fez saber que não aceitaria um acordo nesses termos.
Depois do êxito que foi a eliminação de Bin Laden, Obama terá tentado manter a agenda política focada em questões de política externa, onde pode surgir como Commander-in-Chief e em tom presidencial. Para isso, escolheu um tema, o processo de paz, que todos os últimos presidentes americanos têm tentado resolver, mas sem sucesso. Todavia, Obama não ficou muito bem na fotografia, especialmente quando Benjamin Netanyahu, lado a lado com o Presidente americano, negou categoricamente a possibilidade de apoiar o plano de Obama. Também os republicanos, tradicionalmente pró-israelitas, foram rápidos a criticar o Presidente, tentando, porventura, cativar alguns votos entre a comunidade judaica nos EUA.
Com esta breve abordagem à desistência de Daniels e à (desastrada) tentativa de Obama em apresentar uma solução para a questão israelo-palestiniana no Médio Oriente, fica a Máquina Política menos desactualizada. As próximas semanas não serão fáceis, mas darei o meu melhor para ir escrevendo e comentando as mais recentes novidades do que for acontecendo do outro lado do Atlântico.
Joao, sei que tens trabalho mas nao te esquecas de aqueles que visitam este espaco diariamente!
ResponderEliminarAbraco!