Ontem à noite, quando anunciou ao seu país e ao mundo a morte de Osama Bin Laden, Barack Obama teve, muito provavelmente, o seu melhor momento à frente dos destinos dos Estados Unidos da América. Desde então, os elogios à conduta do Presidente e dos militares têm vindo de todos os quadrantes, inclusivamente dos mais acérrimos críticos da actual Administração e dos candidatos presidenciais republicanos para 2012.
Contudo, esta foi uma jogada arriscada por parte de Obama. Caso a tentativa da eliminação do líder da Al-Qaeda tivesse falhado, dificilmente o actual inquilino da Casa Branca escaparia às comparações com Jimmy Carter (que ordenou o resgate fracassado dos reféns americanos na embaixada iraniana) e, provavelmente, ao mesmo destino no que diz respeito à sua reeleição para um segundo mandato. Fica desta forma cumprida uma promessa eleitoral, feita em 2008, aquando de um dos debates televisivos com John McCain, em que tinha prometido matar o líder da Al-Qaeda.
Além da importante vitória a nível militar, estratégico e até moral que representa o desaparecimento de Bin Laden, um triunfo político assinalável, num domínio - o da defesa e segurança nacional - onde ainda não tinha grandes concretizações para "mostrar" aos americanos. Os republicanos deixam, a partir de hoje, de poder criticar o Presidente por este ser soft on terrorism, até porque Obama conseguiu aquilo que George W. Bush não foi capaz de fazer durante sete anos na Casa Branca, apesar de a captura ou morte de Bin Laden ser um dos principais objectivos durante todo o mandato do antecessor de Obama. Curiosamente, até o facto de Osama Bin Laden ter sido morto em vez de capturado favorece politicamente o Presidente norte-americano, visto que assim não se colocam os grandes problemas que surgiriam relativamente ao local onde seria encarcerado e, posteriormente, julgado o principal mandante do 11 de Setembro.
É presumível que os números de aprovação de Obama subam em flecha nos próximos dias, sendo reflexo deste momento de êxtase e euforia nacional que percorre os Estados Unidos depois do anúncio da morte do homem que figurava no topo mais procurados pelo FBI. É claro que, por si só, a eliminação de Bin Laden não garante ao Presidente americano a reeleição em 2012, já que daqui até Novembro do próximo ano o actual sentimento triunfalista desvanecerá. Contudo, este será um elemento fundamental para a campanha de Obama, já que junta esta enorme realização em matérias de defesa e da luta ao terrorismo à sua lista de êxitos desde que está na Casa Branca. É caso para dizer, como vi escrito num cartaz de um cidadão americano que celebrava a morte de Bin Laden, Obama 1 - Osama 0.
Sem comentários:
Enviar um comentário