2009 e 2010 foram péssimos anos para o Partido Democrata, derrotado em várias eleições, que lhe custaram o controlo da Câmara dos Representantes, a maioria à prova de fillibuster no Senado e ainda vários governos estaduais. Contudo, nas últimas semanas têm surgido alguns indicadores que apontam para uma recuperação democrata junto do eleitorado e, em sentido inverso, para a perda de popularidade do Partido Republicano.
Quando o congressista republicano, Paul Ryan, Presidente da Comissão do Orçamento, anunciou o seu plano para o défice, as suas ideias para o Medicare, o programa de saúde federal de apoio aos idosos, prevendo a sua gradual privatização, provocaram uma espécie de terramoto político. Ora, o "ataque" de Ryan a um dos programas mais populares do governo federal americano foi uma verdadeira prenda oferecida pelo GOP aos democratas, que imediatamente fizeram da defesa do Medicare o seu principal talking point.
Pelos vistos, a estratégia está a resultar, já que nas sondagens relativas ao voto nacional para a Câmara dos Representantes os democratas já desalojaram os republicanos da liderança. O bom momento democrata ficou provado esta semana, numa eleição especial para um lugar na Câmara dos Representantes por Nova Iorque, onde o candidato democrata saiu vencedor, num distrito normalmente considerado seguro para os republicanos (porém, o concorrente republicano foi prejudicado pela presença de um candidato representante do Tea Party, que lhe terá retirado alguns votos).
Com base no momentum adquirido, o DCCC (o comité democrata responsável pelas campanhas para o Congresso) prepara uma forte aposta nas eleições de 2012, prevendo atacar 97 lugares actualmente na posse de congressistas republicanos. Ainda assim, 2012 não deverá ser uma wave election, como foram as de 2006 e 2008, a favor dos democratas, ou as do ano passado, que favoreceram os republicanos. É improvável que o Partido Democrata consiga recuperar o controlo da câmara baixa do Congresso, mas deverá, pelo menos, "roubar" alguns assentos ao GOP.
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