Barack Obama - Não há volta a dar: o Presidente foi o grande vencedor da noite. Depois de uma campanha longa e disputada, Obama alcançou nas urnas o direito a um segundo mandato, garantindo que não fica para a história como um Presidente de um só mandato, deixando a Casa Branca da pior forma, depois de ter prometido mudar a América e o mundo. Agora, terá mais quatro anos para construir um legado, mas é certo que Obama deixará um marco importante na história dos Estados Unidos.
David Axelrod, David Plouffe e Jim Messina - Os três principais estrategas de Obama conseguiram a derradeira vitória eleitoral, num cenário bastante complicado para o presidente em exercício. A arriscada estratégia que escolheram, que consistiu numa espécie de ataque preventivo ao nomeado republicano, caracterizando-o como um milionário desligado da realidade do cidadão comum, provou ser uma aposta acertada e permitiu a Obama ganhar vantagem ainda cedo na corrida. Além disso, previram correctamente a composição do eleitorado, o que lhes permitiu terem uma melhor visão do mapa eleitoral. Finalmente, o seu ground game foi, mais uma vez, impecável e os democratas deslocaram-se às urnas em grande número, também devido à excelente estrutura do partido.
Liberais - Se 2010 foi o ano dos conservadores, então 2012 foi o ano dos liberais. Além da vitória na corrida à Casa Branca, os democratas tiveram uma noite fantástica nas eleições para o Senado, vencendo 21 das 28 corridas em disputa, conseguindo, assim, aumentar, surpreendentemente, a sua maioria na câmara alta em dois assentos (contam, agora, com 55 senadores). Mais: um pouco por todo o país, foram referendadas algumas questões sensíveis e os resultados foram vitoriosos para o movimento liberal: o casamento gay foi aprovado em quatro Estados (até ontem, nunca um Estado norte-americano havia aprovado, por referendo, o casamento entre pessoas do mesmo sexo), três Estados legalizaram a marijuana e, na Florida, foi repelida uma proposta que eliminaria algumas provisões do Obamacare.
John Boehner - No meio do descalabro republicano, salvou-se a maioria do GOP na Câmara dos Representantes, ainda que os democratas tenham ganho, ao que tudo indica, uma meia dúzia de lugares aos republicanos. A partir de hoje, o Speaker John Boehner passa a ser o líder de facto do seu partido e terá de retirar as ilações devidas da dura derrota eleitoral sofrida, ontem, pelo movimento conservador americano. Provavelmente, terá menor espaço de manobra para evitar cooperar com os democratas da Casa Branca e do Congresso.
Sondagens (não todas) e modelos de previsão - Mais uma vez, ficou provado que a melhor forma de prever o resultado numa eleição presidencial norte-americana são as médias das sondagens estaduais. Desta forma, o Pollster, o Real Clear Politics e o FiveThirty Eight previram correctamente o desfecho da eleição. Em especial, Nate Silver foi o analista mais certeiro e o seu modelo previu correctamente o resultado nos 50 Estados da União. Todavia, estes modelos apenas são possíveis porque existem centenas de sondagens estaduais e que foram, grosso modo, certeiras. As sondagens nacionais também estiveram à altura, com duas excepções proeminentes. Mas essas excepções ficarão para a análise dos derrotados da noite.
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