Depois do período de férias do Congresso norte-americano, durante o qual o destaque noticioso foi quase exclusivamente dedicado à campanha pela nomeação republicana e pelo furacão Irene, antecipa-se, agora, o regresso à "batalha" política em Washington D.C., entre democratas e republicanos, não esquecendo, claro está, o Presidente.
Para assinalar a reentré política, Barack Obama optou por agendar um discurso no Capitólio, perante as duas câmaras do Congresso, onde apresentará o seu novo plano para combater o desemprego e reduzir o défice. Mas a própria marcação da data desse discurso já gerou polémica, devido ao facto de a Casa Branca ter marcado, inicialmente, a comunicação do Presidente para a mesma hora em que os candidatos presidenciais republicanos estariam a participar num debate televisivo. Provavelmente, a estratégia de Obama seria ofuscar os seus opositores, salientando as diferenças entre si e meros candidatos ao seu lugar. Contudo, depois da forte oposição do GOP, com o speaker John Boehner em destaque, e porventura temendo que a politics ofuscasse a policy (à falta de uma tradução competente em português), Obama desistiu dessa ideia e agendou o seu discurso para o dia seguinte, dia 8 de Setembro. Assim sendo, não se percebe a estratégia da Casa Branca, que rapidamente desistiu do seu intento inicial, e que apenas lhe valeu publicidade negativa.
Erros tácticos como este em nada ajudam Obama, que, depois de um Verão em que viu os seus números nas sondagens descerem a pique, atingindo os valores mais baixos desde que está na Casa Branca, necessita urgentemente de voltar a dominar a narrativa política e de evitar discussões fúteis que o distraiam das temáticas mais importantes da governação. Para o fazer, é fulcral transmitir a ideia de que a recuperação económica dos Estados Unidos é a sua principal prioridade e, depois, esperar que as suas políticas tenham resultados práticos. Até porque o que ainda o tem aguentado nos estudos de opinião é a noção de que não é o principal culpado pela grave situação da economia norte-americana, mas sim o seu antecessor, George W. Bush. Se essa percepção mudar, então Obama estará mesmo em péssimos lençóis.
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