quinta-feira, 31 de março de 2011

2012: uma fraca colheita para o GOP

Hoje é o último dia de Março e a campanha eleitoral para as primárias presidenciais do Partido Republicano ainda não arrancou verdadeiramente. Este atraso no ínicio das hostilidades é invulgar, mas o que tem dado que falar é a escassa qualidade do leque de candidatos a conseguir a nomeação republicana.

Neste ponto do campeonato, a grande maioria dos nomes que poderiam colocar mais problemas à reeleição de Barack Obama já puseram de parte a possibilidade de concorrer no próximo ano. Entre as novas estrelas do GOP, só o inelegível Rand Paul tem sugerido que poderá entrar na corrida, enquanto que figuras como Marco Rubio ou Chris Christie, estes sim, potenciais "perigos" para Obama, já afirmaram que não serão candidatos. Também Jeb Bush, irmão mais novo do 43º Presidente e antigo Governador da Florida, já negou a possibilidade de tentar chegar à Casa Branca no próximo ano. À imagem de Rubio e Christie, ainda há pouco tempo no palco principal da política americana, Jeb deverá estar à espera de 2016, onde é presumível que o seu último nome não esteja tão presente, pelas piores razões, nas memórias dos norte-americanos.
A nomeação de alguém como Newt Gingrich, Sarah Palin, Michelle Bachman, Rick Santorum, ou mesmo Donald Trump (que insiste em fazer da nacionalidade de Obama a sua principal bandeira eleitoral) seria um tiro no pé de dimensões históricas para o Partido Republicano. Tradicionalmente, o GOP é bastante pragmático nas suas escolhas, mas, como se viu em 2010, a força dos movimentos Tea Party e da ala mais conservadora do partido pode fazer a balança ideológica pender demasiadamente para a Direita nas próximas primárias.

Por outro lado, também os candidatos mais moderados e com melhores hipóteses de apelarem ao centro têm os seus handicaps. Mitt Romney, o principal favorito a conseguir a nomeação, enfrentará grandes dificuldades durante as primárias e ainda não se sabe como irá ultrapassar o facto de, enquanto governador do Massachussetts, ter aprovado uma reforma de saúde muito idêntica ao "infame" Obamacare que será, sem dúvida, um dos temas principais durante as primárias republicanas. Já Tim Pawlenty, ex-Governador do Minnesotta, sofre de um problema de falta de notoriedade, que tarda em conseguir ultrapassar.

Por tudo isto se percebe que, numa altura em que a economia americana não recupera ao nível do que seria desejável para um sitting President, o facto de Barack Obama ser apontado como o claro favorito para vencer as eleições presidenciais de 2012 tem muito a ver com a falta de adversários à sua altura do outro lado da barricada.

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