O congressista republicano pelo Missouri Todd Arkin, que concorre a um lugar no Senado pelo mesmo estado, teve ontem declarações bombásticas acerca do aborto em casos de violação e que estão já a ter repercussões nacionais. Numa entrevista televisiva, quando justificava a sua oposição ao aborto mesmo em casos de violação, Arkin afirmou que as vítimas de violação "legítima" raramente engravidam. Como seria de esperar, estas declarações tiveram grande repercussão nos media que reproduziram vezes sem conta as polémicas afirmações do candidato ao Senado.
Numa primeira instância, será mesmo Todd Arkin a sofrer as consequências, já que é bem possível que esta polémica seja uma dádiva caída do céu para a sua opositora democrata, a Senador Claire McCaskill, que, até agora, vinha surgindo atrás do candidato republicano nas sondagens. Contudo, o impacto declarações de Arkin deverá chegar à corrida nacional pela Casa Branca, pelo menos se isso depender dos democratas, que estão já a ligar a posição do político do Missouri ao GOP em geral e ao ticket Romney/Ryan em particular.
Para Mitt Romney, o principal problema nesta questão não vem propriamente das afirmações de Arkin, mas sim a possibilidade de os democratas poderem novamente utilizar a questão do aborto na campanha presidencial. Numa eleição renhida, as mulheres solteiras podem tornar-se um grupo eleitoral decisivo e a posição pro-life do ticket republicano pode alienar uma boa parte dessas eleitoras. Mais uma vez neste ciclo eleitoral, os republicanos serão obrigados a desviar-se da sua mensagem centrada em temas económicos, o que só os prejudica. Neste caso, porém, o culpado é um membro do próprio partido, que, em Novembro, poderá ser responsável não só pela manutenção da maioria democrata no Senado, mas também por ajudar Barack Obama a ser reeleito.
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