Há nem tanto tempo quanto isso, quando se antevia a corrida pela Presidência dos Estados Unidos em 2012, um dado era praticamente adquirido: Barack Obama e os democratas teriam, à semelhança do que aconteceu há quatro anos, uma considerável vantagem financeira sobre o seu adversário republicano. Com uma enorme capacidade de angariar pequenas quantidades de contribuições monetárias oriundas de centenas de milhares de indivíduos, muitos deles jovens ou pertencentes a minorias e contando com uma aposta de sucesso nas novas tecnologias, Obama parecia fora de alcance, a nível financeira, para qualquer candidato do GOP.
Todavia, logo que a disputa pela nomeação republicana terminou, Mitt Romney demonstrou ser um formidável angariador de dinheiro, ultrapassando sucessivamente as receitas mensais dos democratas. Com base numa estratégia diferente, ou não fossem o seu eleitorado e grupo de apoiantes totalmente diferentes dos do Presidente, Romney conseguiu atrair avultadas contribuições de empresas e particulares do meio empresarial. Além disso, os seus Super PACs continuam a fazer entrar milhões de dólares em dinheiro de contribuições não sujeitas às restrições e ao controlo dos dólares que entram directamente na campanha e no Partido Republicano.
Ontem, foram divulgados os números das angariações de ambos os candidatos durante o mês de Julho e, uma vez mais, foi Mitt Romney quem conseguiu colectar mais dinheiro. Com 75 milhões de dólares (entre a sua campanha e o DNC), Obama ficou significativamente aquém dos 101 milhões angariados por Mitt Romney e o RNC. Continua, assim, a construir-se um cenário até há pouco tempo impensável, em que são os republicanos a dispor de uma maior capacidade financeira que é fundamental para uma campanha eleitoral norte-americana, onde é necessário distribuir recursos por vários Estados onde se disputa a eleição presidencial. Esta é, porém, uma realidade bem familiar para os democratas, habituados a serem os claros underdogs nesta corrida pelo dinheiro, que pode ser importante, mas não decidirá, por si só, quem será o vencedor na noite eleitoral de 6 de Novembro.
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