A pouco mais de três meses da eleição presidencial norte-americana, a corrida entra agora num período de alguma acalmia que se manterá até ao fim dos Jogos Olímpicos. Depois disso, a campanha eleitoral deve voltar em força, com o anúncio do candidato à vice-presidência no ticket de Romney e as convenções nacionais dos dois partidos a assinalarem o arranque a todo o gás, e sem mais pausas até ao final, da corrida pela Casa Branca.
Importa, por isso, fazer um breve ponto da situação. De momento, os números parecem mostrar uma ligeira descolagem de Barack Obama. Como indica o gráfico do Real Clear Politics, as sondagens nacionais têm colocado o Presidente em vantagem e apenas a Rasmussen continua a dar a liderança na sua tracking poll. Mas, mais importante ainda que as sondagens nacionais são os números que chegam dos swing states e esses também têm favorecido Obama. Ainda ontem, a Quinnipiac divulgou sondagens no big three (Ohio, Florida e Pennsylvania), onde Barack surge em todos os Estados acima da barreira dos 50% e com uma vantagem interessante sobre Romney. Aliás, o actual ocupante da Sala Oval tem conseguido a dianteira em praticamente todos os battleground states, com excepção do Missouri (que este ano não o deverá ser) e da Carolina do Norte, onde, ainda assim, está muito próximo, se não empatado, de Romney. É com base nos números das sondagens, mas não só, que a probabilidade de vitória de Barack Obama, segundo o modelo do fivethirtyeight de Natel Silver, ultrapassa já os 70%.
Contudo, alguns analistas têm sugerido que quando as empresas e institutos responsáveis pelas sondagens mudarem o modo como seleccionam as amostras (aceitando apenas eleitores prováveis), isso favorecerá os republicanos, já que os apoiantes democratas têm, tradicionalmente, uma maior propensão à abstenção do que os republicanos. Ainda assim, há já algumas empresas que já sondam apenas likely voters (a própria Quinnipiac, por exemplo) e as eleições passadas provaram que a alteração nos modelos tem impacto nos números das sondagens, mas que esse impacto é muito reduzido.
Assim sendo, parece correcto afirmar que Barack Obama está, de momento, numa situação de vantagem, ainda que muito ligeira. Todavia, faltam ainda muitos dias até 6 de Novembro, quando se saberá quem será o Presidente dos EUA durante os próximos quatro anos. Até lá, conheceremos o VP de Romney, decorrerão as convenções nacionais, os quatro debates televisivos e poderão suceder, ou não, várias surpresas. Além disso, estamos em pleno período de férias e só lá para Setembro é que o grosso do eleitorado norte-americano irá prestar uma maior atenção à campanha eleitoral. E aí sim, começará verdadeiramente a corrida.
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