Depois de uma excelente vitória no Illinois, Mitt Romney pretendia, seguramente, aproveitar o ciclo de notícias positivas para aumentar a sua popularidade e parecer ser o presumível nomeado republicano. Contudo, uma gaffe de um dos membros do seu senior staff, Eric Fehrnstrom, resolveu deitar essas ideias por terra e afirmou, na CNN, que, após as primárias, Romney terá muito tempo para reformular a sua imagem, como quem faz um novo desenho no popular brinquedo infantil "Etch a Sketch".
Esta foi uma daquelas verdades que não devem ser ditas em voz alta, pelo menos não na televisão por um membro da campanha. A mudança de discurso de um candidato presidencial quando muda da campanha das primárias para a campanha da eleição geral é uma realidade para todos os políticos que concorrem para a presidência (e não só), visto que enquanto que na disputa pela nomeação se fala para as bases do partido, já na eleição geral é necessário atrair o eleitorado do centro: os independentes e os moderados.
Esta gaffe de Fehrnstrom é especialmente danosa para a campanha de Romney, porque o candidato tem já a fama de flip flopper e de ser capaz de afirmar qualquer coisa ou defender qualquer posição que o possa ajudar a ser eleito. Agora, o ex-Governador do Massachusetts, em vez da victory lap que pretenderia depois do triunfo no Illinois, é obrigado a defender-se dos ataques dos seus adversários, que tiveram nesta gaffe uma verdadeira dádiva divina. É evidente que não há campanhas infalíveis, mas, com tantas falhas já cometidas, Romney começa a ficar sem margem de erro.
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