Durante a histórica campanha presidencial de 2008, um dos principais talking points de Hillary Clinton, durante as primárias democratas, e de John McCain, antes da eleição geral, foi acusar Barack Obama de ser inexperiente e até ingénuo nas questões de segurança nacional e relações externas. O anúncio red phone de Hillary marcou a campanha democrata e até Joe Biden, na altura já candidato vice-presidencial, assumiu que o mundo testaria Obama durante os primeiros seis meses da sua presidência. Assim, estas matérias eram consideradas uma liability para a campanha de barack Obama.
Contudo, actualmente, tudo mudou. Depois do modo como Obama actuou relativamente à presença norte-americana no Iraque e no Afeganistão, retirando do primeiro país para reforçar o investimento no segundo, depois de ter eliminado Osama Bin Laden e de, agora, ter participado no esforço da NATO que, com sucesso, conseguiu derrubar o ditador líbio Muammar al-Kadaffi, o Presidente dos Estados Unidos tem já um importante currículo em matérias de defesa e relações externas e dificilmente poderá por aí ser criticado pelos seus opositores republicanos na campanha para as eleições presidenciais de 2012. Alías, isso ficou bem evidente nas tímidas e defensivas reacções dos candidatos presidenciais republicanos após a queda de Kadaffi, cientes de que neste ciclo eleitoral não poderão utilizar a política externa como arma de arremesso ao candidato democrata.
Ainda assim, e para infortúnio de Barack Obama, não deverão ser estas questões a decidir o desfecho da eleição de 2012. As vitórias militares e de política externa, apesar de importantes, serão rapidamente esquecidas pelos norte-americanos enquanto a economia do país não sair da estagnação e o desemprego se mantiver em níveis tão elevados. As eleições de 1992 foram um exemplo disso mesmo, quando George Bush, saído de uma vitória retumbante sobre Saddam Hussein na primeira Guerra do Golfo, foi derrotado por um pouco conhecido Bill Clinton que tinha como lema de campanha o lendário It's the economy, stupid! Mas também durante a presidência de Obama ficou já demonstrada a volatilidade das vitórias externas, visto que a subida do Presidente nas sondagens, após a morte de Bin Laden, foi de curta duração.
Seja como for, não se pode desprezar o comportamento de Barack Obama enquanto líder das forças armadas norte-americanas e apesar de esses triunfos não lhe valerem de muito quando for altura de lutar pela sua reeleição, o 44º Presidente dos EUA provou, pelo menos, que um civil sem experiência militar é perfeitamente capaz de cumprir o papel de Commander in Chief.
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