sábado, 5 de outubro de 2024

Os sete magníficos

Sim, ainda existem blogues e o Máquina Política é um desses dinossauros que sobrevivem à mudança dos tempos. Bem, pelo menos de quatro em quatro anos.

A exactamente um mês do dia das eleições nos Estados Unidos, o Máquina Política regressa da hibernação para acompanhar a mais importante, interessante e apaixonante eleição política do mundo, na opinião desta maquinista. 

Como não podia deixar de ser, o primeiro post sobre a corrida pela Casa Branca de 2024 é uma espécie de snapshot da disputa pelos 538 votos eleitorais que decidirão quem se sentará na Sala Oval a partir de 20 de Janeiro de 2025: Kamala Harris ou Donald Trump.

À imagem do que tem acontecido nas últimas duas eleições, em que Trump foi o candidato republicano, esta campanha pela presidência norte-americana está a ser marcada pelo equilíbrio e, neste momento, a corrida é um verdadeiro empate, sem que nenhum dos candidatos possa ser considerado favoritos. Se ouvirem ou lerem o contrário, trata-se apenas de wishful thinking, seja de um lado ou de outro.

Por causa do sui generis sistema eleitoral norte-americano, estas eleições serão decididas, como sempre acontece, num punhado de estados, já que em 43 dos 50 estados (sem contar com Washington DC, verdadeiro bastião democrata), o vencedor parece, à partida, mais ou menos decidido, salvo grandes surpresas ou erros de monta das sondagens. Se distribuirmos os votos eleitorais desses estados pelo seu presumível vencedor, percebemos que a vice-presidente Kamala Harris conta já com 226 votos eleitorais bem encaminhados e o ex-presidente Donald Trump tem 219 grandes eleitores relativamente seguros do seu lado. Ou seja, nenhum dos dois candidatos está perto de atingir o número mágico de 270 electoral votes necessários para a vitória. 

Assim sendo, as atenções estão viradas para os sete super swing states deste ciclo eleitoral: Wisconsin, Pennsylvania, Michigan, North Carolina, Georgia, Arizona e Nevada. Em qualquer um dos destes estados, o equilíbrio tem sido a nota dominante, com as sondagens a mostrarem empates técnicos em todos eles. Consequentemente, ambas as campanhas estão a apostar tudo nestes sete estados que decidirão, certamente, o vencedor da eleição presidencial.

Neste momento, e apesar de, segundo as sondagens, as diferenças entre Harris e Trump estarem, em todos estes estados, dentro da margem de erro, diria que, se tivesse de apostar, a candidata democrata terá uma minúscula vantagem no Michigan, no Nevada e no Wisconsin, enquanto Trump estará, por muito pouco, na frente na Georgia e no Arizona. Já na Pennsylvania e na North Carolina, ainda não arriscaria um favorito. 

Está, por isso, ainda tudo por decidir na corrida pela Casa Branca. Com o equilíbrio a ser a nota dominante, o mais provável é termos, de hoje a um mês, uma longa noite pela frente, sendo até provável que não seja a 5 de Novembro que ficaremos a saber quem sucederá a Joe Biden à frente dos destinos dos Estados Unidos da América. 

Sem comentários:

Enviar um comentário