Não há dúvidas que Mitt Romney é, actualmente, o grande favorito a obter a nomeação presidencial pelo Partido Republicano. O antigo Governador do Massachusetts tem liderado uma campanha regular, consistente e sem grandes erros. Ainda assim, Romney tem algumas vulnerabilidades, nomeadamente a sua fama de flip-flopper, ou seja, de mudar constantemente de opinião relativamente a um determinado tema.
Recentemente, Mitt Romney voltou a ser apanhado numa contradição. Há alguns meses, e contrariando a opinião expressa da grande maioria dos seus opositores nas primárias republicanas, Romney afirmou acreditar que o aquecimento global é um fenómeno real e provocado por acção humana. Contudo, recentemente, o ex-Governador do Massachusetts afirmou, num evento de campanha, que não sabe o que está a causar o aquecimento global e que gastar triliões de dólares para tentar diminuir as reduções de CO2 não é correcto.
Se Romney já é propenso a este tipo de volte-faces, então numa corrida à Casa Branca, onde um candidato presidencial é normalmente forçado a encostar ao extremo ideológico do seu partido, de forma a agradar às bases que o elegem, para, meses depois, regressar ao centro para atrair o eleitorado independente que decide eleições, o cenário é ainda mais complicado.
Assim, com esta tomada de posição, Mitt Romney vai de encontro ao que o núcleo duro dos eleitores republicanos querem ouvir. Todavia, as implicações de mais uma ronda de acusações de ser flip-flopper podem ser -lhe bastante prejudiciais, já para não falar dos eleitores independentes que alienará na eleição geral. Desta forma, parece-me que os custos suplantam largamente as vantagens e que Romney sai a perder de mais uma mudança de opinião. Até porque os eleitores, mesmo que não concordem com a sua posição, respeitam um político que defende aquilo em que acredita. O que não é o caso de Mitt Romney.
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