Ontem à noite, em New Hampshire, decorreu mais um debate entre os candidatos presidenciais republicanos. Este, organizado pelo Washington Post e pela Bloomberg, foi muito semelhante aos anteriores (em conteúdo, já que adoptou um formato diferente, em jeito de mesa redonda) e confirmou a actual tendência da corrida rumo à nomeação presidencial.
Mitt Romney esteve, mais uma vez, irrepreensível e voltou a ser o vencedor da noite. Sem erros, beneficiou ainda de uma certa timidez (ou temor) dos seus adversários, que não foram capazes de o atacar eficazmente. Na verdade, o antigo Governador do Massachusetts parece estar a um nível acima da concorrência, o que não pode ser dissociado do facto de já ter tentado a sua sorte em 2008 e de ter passado os últimos cinco anos a concorrer à Presidência dos Estados Unidos.
Por sua vez, Rick Perry repetiu mais uma prestação medíocre, parecendo pouco à vontade e sem novas armas para voltar a mudar o rumo da campanha a seu favor. As expectativas que cria para as suas presenças em debates são agora baixíssimas, mas nem assim é capaz de as superar. Não foi terrível, mas certamente que não será assim que ameaçará o estatuto de Romney. Aliás,o seu segundo lugar parece agora estar inclusivamente em risco, fruto de uma fulgurante recuperação de Herman Cain.
Cain é, de facto, a figura do momento na campanha republicana, surgindo já na primeira posição em algumas sondagens, e a sua prestação no debate de ontem pode contribuir para o seu momento positivo. Depois de Romney, Cain foi quem esteve melhor no encontro de New Hampshire, apostando forte no seu programa fiscal denominado plano 9-9-9, que promete tornar-se um dos mais fortes soundbytes da campanha. Se Rick Perry não tiver cuidado, Herman Cain pode mesmo colocar-se como a maior alternativa a Romney.
Por fim, naquilo a que podemos chamar de "resto do grupo", Newt Gingrich foi quem mais brilhou, mantendo o seu tom provocador e polémico, chegando mesmo a sugerir que os democratas autores da reforma financeira deviam ir presos. Ron Paul, Rick Santorum e John Huntsman estiveram discretos e não me parece que ainda possam ressurgir em força na campanha de 2012 (mas o mesmo já foi dito sobre Herman Cain). Finalmente, Michelle Bachmann, cuja campanha parece estar quase sem oxigénio, esteve muito distante das suas excitantes prestações nos primeiros debates e não entusiasmou ninguém, provavelmente nem ela própria.
Está assim cumprido mais um debate na quase interminável lista deste tipo de eventos que terão lugar durante a grande maratona que é a campanha presidencial nos Estados Unidos - estão ainda marcados mais onze debates, até Março de 2012. Por agora, a sua importância é relativa, mas, com o aproximar das primárias, as suas audiências e, consequentemente, o impacto nos eleitores, aumentarão significativamente.
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