O acordo fiscal formado entre o Presidente Barack Obama e a liderança republicana do Congresso foi aprovado, ontem, pela Câmara dos Representantes, depois de já ter passado sem problemas no Senado (81 votos a favor, contra apenas 19 votos desfavoráveis). Assim sendo, Obama, que deve promulgar o diploma ainda hoje, conseguiu uma importante vitória legislativa, ainda por cima com o selo do bipartidarismo, pouco depois dos péssimos resultados que o seu partido obteve nas eleições intercalares.
Quem não ficou nada agradado com este acordo fiscal (que, recorde-se, prolongou os cortes de impostos da era Bush e estendeu apoios aos desempregados por mais um ano) foi a ala mais liberal do Partido Democrata, que se insurgiu contra a legislação e também contra o seu próprio presidente, criticando-o por ter faltado à sua promessa eleitoral de não prolongar os cortes fiscais para os mais ricos. Apesar de os republicanos mais conservadores também terem contestado o acordo bipartidário, os membros moderados dos dois partidos foram suficientes para garantir a passagem da legislação.
Para Obama, este acordo pode significar o seu ressurgimento político e marcar o início da sua campanha de reeleição. Ao colocar-se como o principal proponente de um compromisso bipartidário altamente popular entre aos americanos, o 44º presidente dos Estados Unidos pode passar a imagem de um líder moderado, ponderado e que procura e alcança compromissos com a oposição, em claro contraste com as facções mais radicais dos dois partidos e cumprindo, finalmente, aquilo que prometeu durante a campanha de 2008. Esse é, certamente, o objectivo de Obama. Porém, se será essa a percepção dos americanos é algo que teremos de esperar para ver.
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