Hoje à noite, no Capitólio, o Presidente Barack Obama realizará o seu segundo discurso do Estado da Nação (em 2009, dirigiu-se ao Congresso num formato parecido, mas, formalmente, o seu primeiro State of the Union Adress foi em 2010), uma das tradições mais importantes da política norte-americana. Mas, mais que um costume, este discurso é uma obrigação determinada pela Constituição dos Estados Unidos, onde se encontra definido que o líder do Executivo deve ("from time to time") comunicar ao Congresso quais as prioridades legislativas que pretende ver implementadas.
Depois da tragédia no Arizona, este deve ser um State of the Union (SOTU) marcado pela moderação e pelo apaziguamento partidário. Para dar o exemplo, democratas e republicanos sentar-se-ão lado a lado, em vez das tradicionais fileiras partidárias. A intenção é boa, mas o SOTU perderá algum do seu interesse, pois será mais difícil ter uma correcta percepção das reacções ao discurso presidencial, normalmente facilmente visíveis pelas standing ovations de toda a sala ou de apenas um dos lados. Outra diferença neste State of the Union comparativamente ao do ano passado será relativa a quem se sentará nas costas de Obama: o Vice-Presidente Joe Biden lá estará novamente, mas, desta vez, John Boehner, o novo Speaker republicano, substituirá a democrata Nancy Pelosi.
O discurso do Presidente deverá focar aquela que é a principal preocupação dos americanos na actualidade: a economia. Aliás, no preview do seu SOTU que lançou na Internet (voltando aos bons velhos tempos da sua campanha eleitoral, onde usou exaustivamente - com sucesso - os novos meios de comunicação), Obama deixou antever isso mesmo. Numa altura em que as sondagens mostram que os americanos têm vindo a melhorar a sua opinião relativamente ao trabalho do Presidente, Barack Obama não deverá perder esta excelente oportunidade para, do púlpito da sala da Câmara dos Representantes, aproveitar as suas capacidades oratórias e marcar mais alguns pontos políticos.
Depois do SOTU, e como é também tradicional, os republicanos terão a sua oportunidade para responder à comunicação do Presidente. Este ano, o GOP escolheu o congressista Paul Ryan, do Wisconsin, para se dirigir ao país e reagir aos principais tópicos abordados por Obama no seu discurso. Este é um momento sempre sensível para a oposição e há, no passado, exemplos de discursos de resposta menos conseguidos e que prejudicaram a carreira de quem os proferiu, como foi o caso do republicano Bobby Jindal, em 2009 (no tal Estado da Nação oficioso de Obama).
Depois do SOTU, e como é também tradicional, os republicanos terão a sua oportunidade para responder à comunicação do Presidente. Este ano, o GOP escolheu o congressista Paul Ryan, do Wisconsin, para se dirigir ao país e reagir aos principais tópicos abordados por Obama no seu discurso. Este é um momento sempre sensível para a oposição e há, no passado, exemplos de discursos de resposta menos conseguidos e que prejudicaram a carreira de quem os proferiu, como foi o caso do republicano Bobby Jindal, em 2009 (no tal Estado da Nação oficioso de Obama).
Mais logo, quando já for madrugada em Portugal, teremos então uma das mais importantes e esperadas cerimónias do ano em Washington D.C. No Capitólio estará praticamente toda a fina-flor da política norte americana. Digo praticamente porque nestas ocasiões, onde se reúne toda a liderança americana, é sempre escolhido um elemento da linha de sucessão presidencial (normalmente, um Secretário) para servir de designated survivor, ficando protegido numa localização desconhecida, de forma a garantir que, no caso de um eventual atentado ou outro tipo de desastre no edifício do Capitólio, o governo dos Estados Unidos não seja totalmente decapitado. Essa é, porém, uma medida que se espera que nunca seja necessária.
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