Aproximam-se duas importantes votações no Senado norte-americano: a primeira, que terá lugar provavelmente ainda esta semana, sobre a reforma do sistema financeiro americano e a segunda, adiada hoje para a próxima semana, relativa à confirmação da nomeação presidencial de Elena Kagan para o Supremo Tribunal. Em qualquer uma destas situações os democratas precisam de atrair votos de senadores republicanos para que consigam obter uma maioria à prova de fillibuster.
Neste momento, e ao que tudo indica, o Partido Democrata já conseguiu reunir os votos necessários para poder cantar uma dupla vitória e, desta vez, ao contrário do que aconteceu na polémica reforma da saúde, conseguindo o selo de uma decisão bipartidária, pois deverá contar com votos de senadores da oposição. No caso da reforma financeira os democratas devem conseguir os voto favoráveis da Senadora Olympia Snowe e do Senador Scott Brown, dois republicanos moderados e que serão suficientes para contrabalançar o surpreendente Senador Russ Feingold, um democrata que é habitualmente um voto fiável para os liberais mas que tem manifestado a intenção de se opôr a esta reforma.
No que diz respeito à confirmação de Elena Kagan, a nomeada por Obama para ocupar o lugar no Supremo Tribunal deixado vago pelo Juíz John Paul Stevens, os democratas têm a hipótese de amealhar um voto "sim" de um republicano no Comité Judiciário do Senado, pois o senador Lindsey Graham, da Carolina do Sul, já deu a entender que poderá aprovar a nomeação daquela que será a terceira mulher na mais alta instituição judicial do país, aliás à imagem do que fez em 2009, quando votou ao lado dos democratas para confirmar a nomeação da juíza Sottomayor, também para o Supremo Tribunal.
Estas duas vitórias, a confirmarem-se, serão importantes para o lado democrata, especialmente quando se aproximam as férias do Congresso e as eleições intercalares de Novembro. Com a lenta recuperação económica dos Estados Unidos, serão realizações como as reformas da saúde, do sistema financeiro e a ambiental (que será o ponto seguinte da agenda democrata) e a suave confirmação de duas nomeadas para o Supremo Tribunal que os democratas poderão utilizar para mostrar obra feita durante os dois últimos anos em que controlaram a Casa Branca, o Senado e a Câmara dos Representantes. Depois, em Novembro, serão contados não os votos de meia dúzia de senadores, mas sim o de vários milhões de americanos.
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