Com a agenda política dos Estados Unidos pouco activa (apesar da expectativa em redor da decisão do Supremo Tribunal sobre a constitucionalidade da proibição do casamento entre pessoas do mesmo sexo na California), qualquer political junkie que se preze é levado a desviar a sua atenção para o próximo ciclo eleitoral. Como as intercalares de 2014 são de menor importância em relação às presidenciais de 2016, é natural que a próxima corrida pela Casa Branca mereça prioridade e se comece a antever a sucessão de Barack Obama.
E, neste momento, a grande questão que domina as atenções é a eventual candidatura de Hillary Clinton. No Partido Democrata, as primeiras movimentações de possíveis candidatos estão como que congeladas, com as principais figuras "presidenciáveis" a esperarem para ver o que fará Hillary Clinton. Se a antiga Secretária de Estado decidir mesmo concorrer à presidência, então é provável que o campo de candidatos se reduza drasticamente, já que o favoritismo de Hillary é de tal ordem que poucos pensam ser possível derrotá-la. Aliás, há mesmo quem considere que a esposa de Bill Clinton, caso venha a entrar na campanha, será a mais forte frontrunner de sempre numa eleição presidencial.
Contudo, também em 2008 Hillary Clinton era tida como a presumível nomeada democrata e sabemos hoje como isso resultou para ela. Ainda assim, é preciso ter em conta que a ex-Primeira Dama é, neste momento, muito mais consensual na sociedade americana do que há cinco anos, quando era uma figura muito polarizadora. Além disso, é pouco provável que volte a surgir um candidato como Barack Obama, que faça sonhar os americanos e o mundo com o seu carisma e a sua capacidade oratória.
Assim sendo, parece evidente que, neste momento, o Partido Democrata (e também, pelo menos em parte, o GOP) está em suspenso à espera do primeiro movimento por parte de Hillary. Se concorrer, será, em circunstâncias normais, quase imbatível nas primárias democratas. Já no que diz respeito à eleição geral, será outra conversa, porque estará sempre muito dependente do que suceder durante o que resta da presidência de Obama. Caso os democratas cheguem a 2016 com uma boa imagem, então tudo se conjugará para que Hillary Clinton cumpra o seu sonho de se sentar na Sala Oval. Se o conseguir, tornar-se-á não somente a primeira mulher a assumir a presidência norte-americana, mas também a personalidade com o mais rico currículo político de sempre: Primeira-Dama (não deixa de ser um cargo político e Hillary foi uma First Lady particularmente activa), Senadora, Secretária de Estado e, finalmente, Presidente dos Estados Unidos.
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