Depois de Robert Gates, Barack Obama parece decidido a nomear mais um republicano para liderar o Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Ao que tudo indica, o Presidente já fez a sua escolha e irá indicar o Chuck Hagel, antigo Senador pelo Nebraska, para o cargo de Secretário da Defesa.
Desta vez, e ao contrário de Gates, o último SecDef de Bush, e que Obama reconduziu no cargo quando chegou à Casa Branca, não é crível que Hagel passe por um suave processo de confirmação no Senado. Com inimizades dos dois lados da bancada da câmara alta, o antigo Senador tem à sua espera uma batalha pela sua confirmação. De um lado, os republicanos não perdoam a sua deserção (em 2008, Hagel apoiou Obama em detrimento de John McCain) e não vêm com bons olhos as suas posições pouco amigáveis em relação a Israel, um dos principais aliados estratégicos dos norte-americanos. Por outro lado, os democratas também não deverão facilitar muito a vida de Hagel, especialmente a ala liberal do partido, pouco agradada com alguns comentários pouco abonatórios do antigo Senador relativamente aos homossexuais.
Assim, Obama terá obrigatoriamente de praticar uma complexa ginástica para conseguir reunir os votos suficientes para a confirmação de Chuck Hagel como o próximo líder do Pentágono. Terá ainda de apagar alguns fogos no interior do seu próprio partido, já que os democratas não deverão estar muito contentes pelo facto de Obama parecer disposto a arriscar grande parte do seu capital político a favor de uma eventual confirmação de Chuck Hagel, um republicano, quando não o quis fazer em prol de Susan Rice, democrata e muito próxima do Presidente, aquando da escolha para o Departamento de Estado.
O antigo Senador, apesar de polémico, é qualificado para o cargo, sendo um ex-militar (recebeu mesmo duas Pearple Hurt, pelas suas feridas de combate no Vietname) e com um distinto percurso no Comité das Forças Armadas do Senado. Assim sendo, a luta pela confirmação de Hagel será dura, mas, no final, é provável que Obama leve mesmo a sua avante, ainda que possa vir a ser obrigado a gastar muito do seu capital político (que pode ainda vir a fazer muita falta ao Presidente em "batalhas" futuras) para o conseguir.
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