Sendo o grupo étnico (se é que se pode chamar assim) em maior crescimento nos Estados Unidos, os latinos - ou hispânicos - representam um eleitorado fundamental em eleições presidenciais. Aliás, muitos analistas consideram mesmo que os latinos são o fiel da balança na escolha do Presidente norte-americano, já que servem de desempate entre a minoria afro-americana (que prefere, por margem esmagadora, os democratas) e a maioria branca não-latina (com quem os republicanos levam curta vantagem).
Nas eleições de 2004, George W. Bush, que defendia políticas de imigração moderadas e até pró-integração, conseguiu bons resultados (terá obtido cerca de 45% do voto hispânico) junto dos latinos, o que lhe terá valido a reeleição. Contudo, em 2008, o candidato democrata, Barack Obama, arrasou completamente o republicano John McCain neste grupo eleitoral, obtendo perto de dois terços dos votos dos eleitores latinos, conseguindo, dessa forma, vencer em Estados como o Colorado, o Novo México, ou o Nevada. Dois anos depois, nas eleições intercalares de 2010, e num ciclo eleitoral em que o Partido Republicano foi absolutamente dominador, as poucas vitórias democratas surgiram, precisamente, em Estados com fortes comunidades latinas, destacando-se as vitórias em eleições para o Senado no Nevada e no Colorado.
Desta forma, é com grandes expectativas que se segue o movimento do eleitorado hispânico, com vista à decisão das eleições presidenciais deste ano. Durante as primárias republicanas, marcadas por um discurso marcadamente "encostado" à Direita, Mitt Romney proferiu algumas declarações, vistas como anti-imigração, que prejudicaram a sua imagem junto dos eleitores hispânicos. Não obstante, com o fim da época de primárias e com a consequente e natural inversão de marcha rumo ao centro do espectro político, esperava-se que o nomeado republicano conseguisse melhorar os seus números entre os latinos.
Contudo, e segundo uma sondagem da NBC e do Wall Sreet Journal, os hispânicos continuam, de forma esmagadora, a preferir Barack Obama em detrimento de Mitt Romney para a presidência dos Estados Unidos. Com um score de 61-27% a seu favor, Obama mantém uma margem confortável e que lhe permite antever as eleições de Novembro com mais optimismo. Em sentido contrário, Mitt Romney, necessita urgentemente de inverter esta tendência, sob perigo de ver as suas hipóteses de chegar à Casa Branca francamente comprometidas.
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