Apesar de já estar em modo de campanha há algum tempo, Barack Obama deu ontem o pontapé de saída oficial na sua campanha de reeleição, com discursos na Virginia e no Ohio, dois Estados decisivos para o desfecho da eleição de 6 de Novembro.
Contando com milhares de entusiastas de apoiantes a proporcionarem um ambiente apaixonado, Obama voltou a surgir com um slogan que parece estar para ficar na campanha presidencial: FOWARD, palavra que pretende transmitir a aposta nas políticas de Obama, em contraste com o regresso ao passado (leia-se, aos anos de Bush) que representaria uma vitória de Romney nas eleições do Outono. E Romney não esteve ausente dos comentários do Presidente, que fez uma clara alusão a uma famosa frase do candidato republicano, dizendo que corporations aren't people, people are people!
Com base no que se viu ontem, a campanha democrata terá semelhanças e diferenças em relação a 2008. A mensagem transmitida será semelhante e Obama voltará a apostar nos temas da esperança e da mudança que tanto sucesso tiveram há quatro anos; o apelo às emoções dos eleitores, através de eventos grandiosos, multidões e com a capacidade oratória de Obama (e também de Michelle Obama, cada vez mais um sucesso de popularidade) voltará a fazer parte das vantagens da campanha democrata.
Contudo, desta vez, o antigo Senador do Illinois terá quatro anos de decisões enquanto Presidente para defender, o que o torna mais vulnerável aos olhos do grande público. Não admira, por isso, que Obama tenha feito várias referências a Mitt Romney, com a intenção de garantir que a próxima eleição seja uma escolha entre si e um candidato cinzento, tecnocrata e que não entende as preocupações do cidadão comum (é desta forma que os democratas estão a tentar caracterizar Romney), em vez de um referendo sobre a sua Presidência.
Por outro lado, a campanha democrata de 2008 não terá as características da de 2008. Há quatro anos atrás, a candidatura de Barack Obama foi um movimento nacional, como ficou demonstrado com o anúncio da candidatura, em Springfield, no Illinois, quando Obama se propôs mudar a América e o mundo, um pouco à imagem do que fez Abraham Lincoln. Desta vez, será mais uma campanha de precisão, com Obama e os democratas a concentrarem-se nos Estados decisivos (como a Virginia e o Ohio) e em grupos específicos do eleitorado - mulheres, jovens e minorias.
Veremos, nos próximos tempos, se as decisões da campanha de Obama são as mais acertadas. Mas, pelo que se viu ontem, os democratas parecem partir com vantagens organizativas e emocionais sobre os republicanos, que não têm ainda com Romney a ligação que os democratas têm com o(s) Obama. À medida que a estrutura republicana se for colocando por detrás do seu candidato, é natural que esse handicap se desvaneça. Se isso será suficiente para evitar que Obama vá em frente (foward) para um segundo mandato, só saberemos daqui a meio ano.
É «foRward», João Luís... com «r» antes do «w». E é «handicap», sem «n» antes do «p».
ResponderEliminarTem razão, Octávio. Ainda bem que está mais atento do que eu :)
ResponderEliminarSim, João, estou, e sou, mais atento, e não só quanto à ortografia... ;-) Mas atenção, que ainda está «foward» na penúltima linha do texto.
ResponderEliminar... E na segunda linha do segundo parágrafo.
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