Barack Obama proferiu ontem, na Universidade George Washington, um discurso onde, em cerca de 45 minutos, apresentou o seu plano para a redução do défice federal em 4 triliões de dólares nos próximos 12 anos. No centro da sua proposta estão a criação de novos impostos para os mais ricos, além da não-renovação dos cortes fiscais da era Bush. Anunciou ainda a formação de uma comissão, liderada pelo Vice-presidente Joe Biden, que negociará com o Congresso a chegada a um acordo relativamente ao défice.
Esta comunicação foi apenas anunciada no Domingo passado, por David Axelrod, tendo apanhado de surpresa a oposição republicana, que tinha apresentado, recentemente, o seu plano para a redução de défice, através do seu "guru" para as questões fiscais, o congressista Paul Ryan, que esteve presente no discurso de Obama. Aliás, o seu plano foi duramente atacado pelo Presidente, que prometeu não tocar nos programas de Saúde Medicare e Medicaid, que, segundo o plano de Ryan, seriam, respectivamente, privatizados e cortados. O GOP contra-atacou, afirmando que Obama não apresentou nada de concreto, tendo-se limitado a fazer um discurso de campanha eleitoral.
Já a base liberal do Partido Democrata, que exigia há muito tempo o aumento de impostos para os americanos mais ricos, recebeu de forma bem mais positiva o discurso do Presidente. Depois de várias semanas em que adoptou uma postura mais moderada e distanciada dos partidos, Obama surgiu ontem com uma nova vivacidade e com uma nítida viragem à Esquerda nas ideias que apresentou. O plano apresentado pode ter, de facto, o condão de animar e reunir as bases democratas em torno do seu Presidente, com quem não tem mantido uma relação tão quente quanto seria expectável depois da vitória de Obama em 2008, mas que serão fundamentais para garantir a sua reeleição no próximo ano.
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