Na passada Sexta-feira, a maioria republicana na Câmara dos Representantes aprovou um projecto para o orçamento federal que prevê um corte de 5.8 triliões (!) de dólares na despesa, durante a próxima década. Entre as medidas que seriam tomadas para diminuir a dimensão do Estado encontram-se cortes nos programas federais de assistência de saúde aos idosos (Medicare) e aos mais pobres (Medicaid). Ora, tem sido precisamente em torno destes dois programas que se tem concentrado a discórdia e a polémica entre os dois partidos. Na votação da Câmara dos Representantes, a divisão foi notória, já que todos os democratas votaram contra o plano do congressista do GOP Paul Ryan, enquanto que apenas quatro republicanos quebraram a disciplina partidária e se opuseram a esta proposta.
É de esperar que a votação da semana passada, assim como o plano de Paul Ryan, seja um dos tópicos mais presentes na cada vez mais próxima campanha de 2012. Ao proporem-se reduzir o Medicare e o Medicaid, dois programas muito populares entre os norte-americanos, os republicanos arriscam-se a sofrer tanto ou mais danos eleitorais do que os democratas sofreram em 2010, devido à impopular reforma da saúde que fizeram aprovar no ano passado. Além disso, os democratas passam a contar com uma importante bandeira eleitoral, que poderão e deverão utilizar durante a campanha para as eleições presidenciais e legislativas contra os candidatos republicanos. Este é um grande risco assumido pelo GOP, com consequências que apenas o futuro ditará.
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