Ora aqui está a minha previsão para o mapa eleitoral da corrida presidencial de 2024. Como se percebe, a minha aposta é que Kamala Harris será a próxima presidente dos Estados Unidos, conquistando 308 votos eleitorais face aos 230 amealhados por Donald Trump, e tornando-se a primeira mulher a presidir aos domínios da nação norte-americana.
Prevejo que a candidata democrata vença em seis dos sete battleground states, apenas deixando o Arizona escapar para a coluna republicana. Sei que é uma aposta arriscada e não a faria há uma ou duas semanas, mas existem alguns sinais de que as sondagens estarão, desta vez, a subrepresentar o apoio à nomeada do Partido Democrata, que deverá ainda ganhar no voto nacional por cerca de quatro pontos percentuais relativamente a Trump.
Para alcançar este resultado, acredito que Kamala Harris consiga aumentar significativamente a participação eleitoral dos jovens e das mulheres, dois grupos que votarão em maior número do que as empresas de sondagens antecipam e que apoiarão, maioritariamente, a candidata democrata. Com o tema do aborto e da saúde da democracia americana a prevalecerem sobre a preocupação da situação económica que começa, agora, a mostrar sinais mais evidentes do seu bom desempenho, Harris manterá a coligação que, há quatro anos, elegeu Joe Biden, composta por eleitores urbanos, com educação universitária, mulheres, afro-americanos e hispânicos, ao mesmo tempo que melhorará o desempenho junto das mulheres brancas, um segmento essencial para a dimensão do seu triunfo.
Apesar de eleita para a Casa Branca, Kamala Harris terá de saber ultrapassar um Congresso não totalmente alinhado com a sua agenda política, pois prevejo que o Senado passe a ser controlado pelos republicanos, ainda que pela margem mínima. Com muitos lugares em terreno difícil para defender, os democratas, apesar de aguentarem assentos em corridas complicadas no Wisconsin, Michigan, Ohio, Pennsylvania, Arizona, Nevada e Pennsylvania (ajudados pelo desempenho acima do esperado de Kamala Harris que alavancará os restantes candidatos democratas), não serão capazes de segurar os lugares na West Virginia e no Montana, perdendo, assim, a maioria na câmara alta.
Em sentido inverso, acredito que os democratas inverterão o cenário actual na câmara baixa do Congresso e conquistarão a maioria na Câmara dos Representantes. Nesse caso, também Hakeem Jeffries faria história ao tornar-se o primeiro negro a servir como Speaker of the House. Também empurrados pela "onda" de apoio a Kamala Harris, os democratas ficarão, ainda assim, com uma curta margem de manobra, pois não deverão contar com mais de uma dezena de congressistas de vantagem relativamente ao GOP.
Fica, assim, feita a minha previsão final para a muito antecipada noite e madrugada eleitoral. Que não falte café para nos manter acordados numa jornada que se antecipa longa, mas interessante e, até, emocionante.
Sem comentários:
Enviar um comentário