A política externa é, tradicionalmente, um dos pontos fortes dos nomeados presidenciais republicanos, já que o Partido Republicano é genericamente visto pelos eleitores como mais competente do que os democratas neste capítulo da governação. Contudo, desta vez, parece ser Barack Obama que vai à frente neste tema, fruto de algumas decisões e atitudes populares que foi tomando ao longo do seu mandato no que diz respeito à política externa e de defesa, como a morte de Bin Laden, a retirada do Iraque ou a ausência de atentados terroristas durante o seu período na Casa Branca.
Assim, Mitt Romney, repetindo a jogada realizada pelo próprio Obama em 2008, partiu para um périplo pelo estrangeiro de forma a tentar firmar os seus créditos em relações internacionais e a dar-se a conhecer aos líderes mundiais, com quem poderá ter de lidar directamente num futuro próximo, caso vença as eleições de Novembro. Como não podia deixar de ser, Romney começou por visitar o grande aliado dos EUA, o Reino Unido.
Todavia, uma vez em terras de Sua Majestade, o ex-Governador do Massachusetts logo começou a "meter água" ao afirmar que duvidava da capacidade britânica para organizar os Jogos Olímpicos. Em resposta ao republicano, o Primeiro-Ministro David Cameron respondeu de pronto, recordando que é bem mais fácil organizar umas Olímpiadas "no meio do nada", numa clara alusão aos Jogos Olímpicos de Inverno em Salt Lake City, cuja organização foi liderada por Romney. Para piorar as coisas, durante a estadia de Mitt Romney em Londres, houve quem recordasse que, no seu livro No Apology, o candidato republicano disse que a Inglaterra é apenas uma pequena ilha, que, com poucas excepções, nada produz que o resto do mundo queira comprar.
Depois da atribulada visita ao Reino Unido, Romney viajou para Israel. Porém, também em solo judaico Mitt Romney já cometeu uma gaffe ao sugerir que as diferenças de riqueza entre os israelitas e os palestinianos pode ser explicada, em parte, pelas suas diferentes culturas, o que já deu origem a protestos palestinianos, que se sentiram insultados pelos comentários do candidato. Finalmente, a última etapa no périplo europeu teve lugar na Polónia, onde Romney se encontra actualmente. E também aqui a sua campanha já deu que falar, depois de um assessor de Mitt Romney ter utilizado termos menos próprios para se dirigir aos jornalistas que tentavam obter declarações por parte do candidato em Varsóvia.
Erros deste género não deverão ter consequências muito pesadas para as chances eleitorais de Mitt Romney. Contudo, tudo o que desvie o nomeado republicano da sua mensagem centrada na economia é uma má notícia para a sua campanha. Além disso, se com esta viagem Romney esperava marcar pontos e diminuir a vantagem de Obama em matérias de relações externas, então esse objectivou falhou completamente.
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